Petróleo: o presidente destacou que a descoberta gerará para seu país ingressos no valor de mais de US$ 1,7 bilhão (Spencer Platt/AFP)
Da Redação
Publicado em 18 de junho de 2015 às 16h36.
Última atualização em 11 de novembro de 2019 às 07h40.
La Paz - O governo boliviano anunciou nesta quinta-feira a descoberta, em um poço do leste do país, de uma reserva equivalemente a 28 milhões de barris de petróleo, o primeiro achado do ouro negro que ocorre na Bolívia em 23 anos e que permitirá triplicar suas reservas de hidrocarbonetos líquidos.
Este achado foi anunciado pelo presidente Evo Morales e realizado pela empresa petrolífera YPFB Andina, pertencente ao Estado boliviano (51%) e à espanhola Repsol (48,3%).
Morales, que nacionalizou o setor dos hidrocarbonetos logo depois de chegar ao poder em 2006, destacou que a descoberta gerará para seu país ingressos no valor de mais de US$ 1,7 bilhão.
Segundo dados divulgados pela Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), a descoberta aconteceu após a perfuração do poço BQN N-X4D, situado no campo Boquerón Norte do departamento oriental de Santa Cruz.
A operação nesse poço começou em 2014, alcançou uma profundidade de 2,5 mil metros e contou com um investimento de US$ 6 milhões.
A YPFB prevê a execução de investimentos no valor de US$ 220 milhões, que incluem a perfuração de 24 novos poços com o objetivo de poder começar a explorar esta jazida a princípios de 2017.
Na apresentação da descoberta, além do líder boliviano, participaram responsáveis da YPFB e o presidente da Repsol Bolívia, o argentino Jorge Milathianakis.
A Bolívia iniciou uma intensa política de exploração de novos jazidas para ampliar suas reservas de hidrocarbonetos, que ao atual ritmo de consumo seriam suficientes até 2023, embora segundo especialistas do setor haverá déficit já desde 2017.
Segundo uma certidão divulgada em 2014, as reservas provadas de gás da Bolívia rondam os 10,45 trilhões de pés cúbicos, enquanto as de petróleo, segundo uma auditoria de 2013, eram de 16 milhões de barris.
A venda de produtos energéticos aos mercados do Brasil e Argentina é, neste momento, o pilar da economia boliviana.