Economia

Boletim Focus: após ata do Copom, mercado prevê corte maior na Selic em 2023

A mediana para os juros básicos no fim de 2023 baixou de 12,25% para 12,00% ao ano. Para o término de 2024, a expectativa, por sua vez, se manteve em 9,50%. Há um mês, as estimativas eram de 12,50% e 10,00%, nessa ordem

Central Bank headquarters in Brasilia, Brazil, on Tuesday, June 20, 2023. Labor unions are protesting rising interest rates as the Central Bank Monetary Policy Committee (Copom) is set to make their decision on Wednesday. Photographer: Arthur Menescal/Bloomberg via Getty Images (Arthur Menescal/Bloomberg/Getty Images)

Central Bank headquarters in Brasilia, Brazil, on Tuesday, June 20, 2023. Labor unions are protesting rising interest rates as the Central Bank Monetary Policy Committee (Copom) is set to make their decision on Wednesday. Photographer: Arthur Menescal/Bloomberg via Getty Images (Arthur Menescal/Bloomberg/Getty Images)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 3 de julho de 2023 às 09h20.

Última atualização em 3 de julho de 2023 às 09h21.

Após o Banco Central "abrir a porta" para um corte de juros em agosto e a meta inflacionária ser mantida em 3,0% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a expectativa para a taxa Selic no fim deste ano caiu no Boletim Focus. Atualmente, a Selic está em 13 75% ao ano.

A mediana para os juros básicos no fim de 2023 baixou de 12,25% para 12,00% ao ano. Para o término de 2024, a expectativa, por sua vez, se manteve em 9,50%. Há um mês, as estimativas eram de 12,50% e 10,00%, nessa ordem.

Considerando apenas as 90 respostas dos últimos cinco dias úteis a mediana para o fim de 2023 também cedeu de 12,25% para 12 00%. Para o fim de 2024, continuou em 9,50%, com 88 atualizações na última semana.

Na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) de junho, o BC expôs que a maioria do colegiado já vê condições para uma queda de juros na próxima reunião, em agosto, se o processo desinflacionário e de reancoragem de expectativas continuar.

Em entrevista coletiva após o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que o comunicado, na avaliação do colegiado, já tinha deixado essa "porta aberta", apesar de o texto não ter trazido sinalização clara sobre o assunto.

Com a decisão do CMN de fixar em 3,0% a meta de inflação de 2026 na semana passada, mesmo patamar mantido em 2024 e 2025, as expectativas inflacionárias tiveram nova rodada de descompressão hoje na Focus.

O boletim ainda mostrou que a projeção para a Selic no fim de 2025 continuou em 9,00%, mesma mediana de quatro semanas atrás. Já a projeção para a Selic no fim de 2026 cedeu de 8,75% para 8 63%, de 9,00% um mês antes.

Projeção da inflação no Focus

Com a meta de inflação mantida em 3,0% de 2024 a 2026, as expectativas inflacionárias voltaram a cair no Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 3, especialmente em prazos mais longos, que tiveram recuo significativo.

Para este ano, a expectativa para o IPCA - índice de inflação oficial - na Focus caiu de 5,06% para 4,98%. Um mês antes, a mediana era de 5,69%. Para 2024, foco da política monetária, a projeção cedeu de 3,98% para 3,92%. Há um mês, era de 4,12%.

Considerando somente as 81 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2023 variou de 4,98% para 4 92%. Para 2024, por sua vez, a projeção de alta caiu de 3,94% para 3,90%, considerando 79 atualizações no período.

Nos horizontes mais longos, a mediana para o IPCA de 2025 recuou 0,20 ponto porcentual de uma só vez, de 3,80% para 3,60%. Da mesma forma, houve queda na estimativa significativa para 2026, de 3,72% para 3,50%. Há um mês, ambas as projeções eram de 4 00%.

Na semana passada, o Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou a meta inflacionária de 2026 em 3,0%, com intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5%, assim como nos anos de 2024 e 2025. Para este ano, o alvo central é de 3,25%, com piso de 1,75% e teto de 4 75%.

Com a manutenção do patamar de 3,0%, se encerra uma dúvida que trazia ansiedade ao mercado financeiro desde o início do ano, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva levantou questionamentos sobre se esse nível seria adequado à economia brasileira. A incerteza sobre o tema era apontada pelo Banco Central como principal fator a explicar a desancoragem das expectativas de inflação em prazos longos, como 2025 e 2026.

Mesmo com a queda, as projeções do Boletim Focus continuam acima da meta. Para 2023, a mediana ainda indica estouro do objetivo a ser perseguido pelo BC pelo terceiro ano consecutivo, depois de 2021 e 2022. Nos outros anos, as expectativas estão dentro do intervalo, mas superam o alvo central de 3,0%. Atualmente, as projeções do BC para o IPCA são de 5,0% em 2023, 3,4% em 2024 e 3,1% em 2025.

Os economistas do mercado financeiro aprofundaram marginalmente a expectativa de deflação no IPCA de junho após o IPCA-15 do mês conforme o Boletim Focus. A mediana passou de recuo de 0,09% para queda de 0,10%. Há um mês, a expectativa era de aumento de 0,30%.

Para o IPCA de julho, a estimativa cedeu de 0,30% para 0,26%, contra a mediana de 0,34% um mês antes. Para agosto, por sua vez a previsão para o indicador subiu de 0,22% para 0,25%, de 0,23% há quatro semanas.

A expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses também avançou levemente, de 4,16% para 4,18%, de 4,60% há um mês.

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