Notas de Iene: a junta de política monetária do Japão também decidiu manter a política de compra de dívida pública e ativos de maior risco (Yoshikazu Tsuno/AFP)
Da Redação
Publicado em 22 de maio de 2013 às 08h57.
Tóquio - O Banco do Japão (BOJ) anunciou nesta quarta-feira que manterá seu atual programa de estímulo e que a economia japonesa "começou a se recuperar" devido à melhora nos índices de exportações, que supõem aproximadamente 40% do PIB do país.
Em comunicado, o emissor acrescentou que a economia do país seguirá no caminho da recuperação graças à resistência da "demanda doméstica devido aos efeitos das medidas de flexibilização monetária" e das políticas de estímulo aprovadas recentemente.
Após sua reunião mensal de dois dias, a junta de política monetária do Japão também decidiu manter a política de compra de dívida pública e ativos de maior risco com intenção de duplicar a base monetária em dois anos para terminar com a deflação que aflige o país há quase 15 anos.
"O Banco manterá sua flexibilização monetária quantitativa e qualitativa com o objetivo de alcançar a meta de estabilizar a alta de preços em 2%", detalhou o órgão, que ressaltou que esta política se prolongará "quanto tempo for necessário".
Apesar de ter destacado que o IPC se mostrou negativo nos últimos meses, o Banco do Japão destacou que "alguns indicadores sugerem um aumento das expectativas que em torno da inflação".
Neste sentido, o órgão emissor anunciou que vigiará os riscos de sua política inflacionária tanto na atividade econômica como nos preços, para poder "realizar ajustes caso seja necessário".
"As medidas de política monetária (aprovadas no último mês de abril) sustentarão os movimentos positivos na atividade econômica e nos mercados, contribuindo para aumentar as expectativas de inflação", apontou.
Em relação aos riscos enfrentados pela economia japonesa, o organismo liderado por Haruhiko Kuroda advertiu que ainda existe "um alto grau de incerteza em torno dos riscos que enfrenta a economia japonesa", principalmente pela crise da dívida na eurozona e pelo ritmo de crescimento nos EUA e nas economias emergentes.
No entanto, o BOJ destacou que o investimento de capital fixo "continuou se mostrando resistente" no setor não manufatureiro, que aparentemente deixou de se debilitar, enquanto "o investimento público seguiu aumentando", em linha com a recuperação do investimento imobiliário.
Além disso, "o consumo privado mostrou uma maior solidez graças a uma melhora na confiança dos consumidores, enquanto a produção industrial apresentou sinais cada vez mais evidentes de recuperação".