São Paulo vazia durante a quarentena; com os lojistas ainda engatinhando no e-commerce, isolamento levou a uma corrida digital (Eduardo Frazão/Exame)
Ligia Tuon
Publicado em 15 de maio de 2020 às 13h44.
Última atualização em 15 de maio de 2020 às 16h28.
O Bank of America calcula que a economia da América Latina deve encolher 6,8% neste ano e alerta que é improvável que os planos de reabrir os negócios funcionem diante do aumento dos novos casos de coronavírus.
O banco projeta retração de 7,7% do PIB brasileiro neste ano, enquanto a estimativa para a economia do México é de queda de 8%, segundo o BofA.
Sistemas de saúde precários, pouca margem de estímulo fiscal e alto grau de informalidade no mercado de trabalho tornam a América Latina particularmente vulnerável à pandemia de coronavírus, disseram economistas do BofA em relatório publicado na sexta-feira.
A Argentina está nos estágios iniciais de reabertura, e o México deve seguir os passos dos EUA ao permitir que o setor manufatureiro retome as operações. Mas, com a capacidade limitada de testes para o vírus, os planos para acabar com as quarentenas na região estão repletos de incertezas, disse o BofA.
A região andina também deve mostrar forte retração, com quedas de 9% no Peru, 4% na Colômbia e 3,2% no Chile, segundo o relatório.
“O impacto global do vírus, combinado com a queda dos preços das commodities e efeitos diretos do vírus, criou uma tempestade perfeita em uma região que tinha dificuldade para crescer mesmo antes dos choques negativos acima mencionados”, escreveram economistas do BofA no relatório de pesquisa global.
Os níveis da dívida devem subir significativamente, de acordo com o relatório, que citou Brasil, México, Equador, Costa Rica e El Salvador como os mais afetados. A Colômbia está prestes a perder o status de grau de investimento, enquanto Peru e Chile devem registrar aumentos consideráveis da dívida, afirmou o banco.