Rio - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está negociando com o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) uma forma de "equacionar as necessidades do fundo", afirmou nesta quarta-feira, 10, o presidente da instituição, Luciano Coutinho, frisando que os recursos passados ao banco são "constitucionais".
Com déficit estimado em R$ 13 bilhões neste ano, o FAT trava uma guerra com o BNDES para resgatar parte dos recursos já transferidos ao banco de forma obrigatória. Como revelou o jornal "O Estado de S. Paulo" ontem, o BNDES foi notificado oficialmente de que pode perder uma parte desses repasses.
Por lei, 40% da arrecadação do FAT tem de ser transferida ao banco, mas, se houver insuficiência de recursos para o pagamento de seguro-desemprego e abono salarial, o BNDES é obrigado a devolver o dinheiro ao fundo em parcelas.
"Estamos tentando equacionar as necessidades do fundo. Achamos que tem uma precedência. Nossos recursos são constitucionais e existem recursos especiais que deveriam vir antes. Estamos num processo de negociação para ajudar, na medida das nossas possibilidades, a encontrar uma solução", afirmou Coutinho, ao deixar a abertura do Fórum Nacional, organizado no Rio pelo ex-ministro do Planejamento João Paulo dos Reis Velloso.
Segundo fontes, o BNDES ameaçou entrar na Justiça para manter os recursos e já avisou ao governo que, se for obrigado a repassá-los de volta, precisará de novos aportes do Tesouro Nacional. O último, de R$ 30 bilhões, foi recebido em junho.
Perguntado hoje se o BNDES precisaria de mais aportes, Coutinho respondeu: "É prematuro dizer isso ainda". Segundo o executivo, a intenção do BNDES continua sendo diminuir um pouco o total de valores liberados para empréstimos neste ano, na comparação com 2013, quando somaram R$ 190,4 bilhões. Quanto menos o banco desembolsar, menos aportes seriam necessários.
Economia
Coutinho também disse hoje que a atividade econômica já começou a melhorar no terceiro trimestre e que não acredita em mais quedas nos investimentos. São indícios de retomada a alta da produção industrial em julho e as consultas de projetos de financiamento no BNDES, que, segundo o presidente do banco, avançaram de 7% a 8% no trimestre terminado em agosto ante igual período de 2013, após recuarem 14% no primeiro semestre.
"Não estamos enxergando que a queda nos investimentos observada no segundo trimestre esteja se agravando ou se aprofundando. É difícil ainda fazer um prognóstico para o ano, mas os sinais são de que a economia parou de cair e está num processo de retomada moderada", disse.
Em palestra, Coutinho defendeu que, daqui para a frente, a política industrial mire na exportação de manufaturados e que isso esteja incluído numa reforma tributária, capaz de desonerar as vendas ao exterior e os investimentos.
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1. Volkswagen: R$ 342 milhões
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1/11 (Oliver Killig/EXAME.com)
O
BNDES aprovou recentemente 342 milhões de reais de financiamento para a Volkswagen do Brasil
desenvolver novos modelos de automóveis no país e ampliar dois projetos sociais de sua fundação. O aporte será usado para fabricar um modelo subcompacto e um sedã de médio porte, além de modernizar modelos que já monta no Brasil, disse o BNDES em comunicado. Dois projetos da Fundação Volkswagen também se beneficiarão da linha de crédito. O Costurando o Futuro, que já atende a vizinhos da fábrica em São Bernardo do Campo (SP), passará a oferecer oficinas de corte e costura a pessoas que moram perto da unidade de São José dos Pinhais (PR).
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2. Braskem Idesa: US$ 700 mi
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2/11 (Germano Lüders/EXAME)
Uma
linha de crédito de 700 milhões de dólares foi aprovada pelo banco para a
Braskem Idesa, empresa responsável pela construção de um complexo petroquímico no México e liderada pela brasileira Braskem, em parceria com a mexicana Idesa. O Projeto Etileno XXI, localizado no município de Nanchital (Veracruz), terá capacidade para produzir cerca de 1 milhão de toneladas anuais de polietilenos, por meio de um cracker de eteno e três unidades de polimerização, onde serão produzidos poiletilenos utilizados na confecção do plástico. A unidade entrará em operação em 2015 e está orçado em 3,2 bilhões de reais, valor que deve chegar a 4 bilhões de dólares quando considerados gastos adicionais previstos com pagamento de juros de financiamento e outras despesas.
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3. OSX: R$ 1,35 bihão
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3/11 (Divulgação)
A
OSX Construção Naval, subsidiária da OSX Brasil, uma das empresas de
Eike Batista, contratou com o BNDES e a Caixa Econômica Federal o financiamento com repasse de recursos do Fundo de Marinha Mercante (FMM),
respectivamente no valor aproximado de 1,35 bilhão de reais cada, totalizando quase 2,7 bilhões de reais. Os financiamentos se destinam à implantação da Unidade de Construção Naval do Açu, que a OGX está construindo no norte do Estado do Rio de Janeiro desde julho de 2011, com previsão de início parcial de operações no primeiro trimestre de 2013. A carteira de pedidos contratados pela clientela da UCN Açu é composta de 16 unidades offshore destinadas à produção de petróleo e gás no Brasil, segundo a OSX.
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4. Hyundai: R$ 307 milhões
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4/11 (Germano Lüders/EXAME.com)
Em fevereiro, foi a vez da montadora
Hyundai Motor Brasil receber o financiamento de 307,4 milhões de reais do
BNDES. Segundo o banco, os recursos serão usados para nova unidade industrial em Piracicaba, no interior de São Paulo,
a primeira fábrica da sul-coreana Hyundai no Brasil, segundo dados fornecidos pelo banco. A produção, estimada em cerca de 150 mil unidades ao ano, será destinada à fabricação dos veículos de passeio batizados provisoriamente de "Projeto HB". Segundo o BNDES, os veículos da família HB serão distribuídos em três modelos: Hatchback (5 portas), Sedan (4 portas) e Mini SUV (utilitário com 5 portas), equipados com motorização 1.0L e 1.6L flex e câmbio manual ou automático. O início da produção de veículos está previsto para o final de 2012, com montadorao modelo Hatchback.
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5. Renault: R$ 373 milhões
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5/11 (Marco de Bari/Quatro Rodas)
Em abril, o BNDES aprovou financiamento de 373,5 milhões de reais à
Renault do Brasil, valor que será
destinado ao programa trienal de engenharia da empresa e a projetos sociais em Curitiba e São José dos Pinhais, no Paraná, onde a montadora está instalada. O programa da Renault prevê novos produtos, adaptação de veículos ao clima e às condições de ruas e estradas do país, investimentos em design, adequação da fábrica de utilitários - resultado da aliança com a Nissan, e desenvolvimento de fornecedores locais, com aumento do índice de nacionalização dos veículos fabricados no Brasil.
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6. Natura: R$ 35 milhões
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6/11 (Fabiano Accorsi/Exame)
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7. Light Energia: R$ 35 milhões
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7/11 (GettyImages)
O BNDES
aprovou um financiamento de 35,5 milhões de reais para a Light Energia, em março. O montante deve ser utilizado para substituir equipamentos e materiais obsoletos, a fim de aumentar a eficiência da empresa em geração, criando ganhos de 8 MW médios ou 70 GWh/ano, sem a necessidade de ampliação do parque, informou o banco em comunicado. Os recursos do BNDES são provenientes da linha Proesco, de apoio a projetos de eficiência energética, e correspondem a 74,6% do investimento total. Uma das melhorias será a substituição dos rotores das bombas das usinas elevatórias, em operação há mais de 55 anos. A substituição dos rotores, além de elevar a confiabilidade dos equipamentos, deverá acrescentar até 6,67 MW médios, graças à redução de consumo de energia nas bombas.
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8. Senai
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8/11 (Roberto Setton/Quatro Rodas)
Um crédito de 1,5 bilhão de reais foi aprovado pelo banco para o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Os
recursos serão investidos em programas de treinamento e qualificação profissional para ampliar a oferta de mão de obra qualificada no País, um dos principais gargalos da economia. O financiamento corresponde a 74% dos investimentos do Programa Senai para a Competitividade Industrial, que será feito em todo o país pela instituição educacional ligada à indústria, informou o banco em nota. Segundo o BNDES, o crédito ajudará nos planos do Senai de ampliar e modernizar a rede de escolas técnicas e centros de referência da instituição em todo o País, além de criar uma nova categoria de centros tecnológicos voltados para o fomento da inovação.
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9. BG Group: US$ 1,8 bilhão
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9/11 (Wikimedia Common)
A companhia de gás natural BG Group diz ter recebido, também em fevereiro, aprovação inicial do banco para um financiamento de longo prazo de 1,8 bilhão de dólares com prazo de 14 anos. Os recursos seriam usados para pagar parte das operações da companhia na camada pré-sal da Bacia de Santos. O financiamento, que está sujeito a aprovações e conclusão do acordo final, será alocado para a participação do BG Group na gestão de compras local e custos de construção para oito instalações flutuantes de produção, armazenagem e descarregamento que serão controlados pela companhia e empresas parceiras na Bacia de Santos. Navios com capacidade 150 mil barris de petróleo por dia são parte da primeira fase mais ampla do programa na Bacia de Santos que terá uma capacidade de 2,3 milhões de petróleo equivalente por dia até 2017.
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10. Brasil Foods: R$ 2,5 bi junto
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10/11 (EXAME)
O Conselho de Administração da
Brasil Foods autorizou, em janeiro, a
contratação do limite de crédito rotativo de 2,52 bilhões de reais aprovado pelo BNDES. Segundo ata de reunião realizada no dia 27 de janeiro, "o contrato de limite de crédito irá amparar os diversos projetos de expansão orgânica da BRF. Os desembolsos dependerão de enquadramento e aprovação específica do BNDES e ocorrerão gradualmente". Os investimentos previstos são em aumento de capacidade produtiva, incluindo Lucas do Rio Verde (MT), Uberlândia (MG) e em outras unidades, informaram executivos da companhia na ocasião.
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11. Agora, veja as empresas que desistiram de investir do Brasil
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11/11 (Germano Luders/Justin Sullivan)