Economia

BNDES não vai devolver R$30 bilhões ao Tesouro este mês

O pagamento de 30 bilhões de reais foi retirado da pauta de reunião da diretoria do banco pelo presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro

BNDES: presidente estaria condicionando a devolução dos recursos a atendimento de "pedidos para o últimos mês dele à frente do BNDES" (Ricardo Moraes/Reuters)

BNDES: presidente estaria condicionando a devolução dos recursos a atendimento de "pedidos para o últimos mês dele à frente do BNDES" (Ricardo Moraes/Reuters)

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Reuters

Publicado em 27 de fevereiro de 2018 às 17h43.

Rio de Janeiro - BNDES não vai cumprir acordo de devolver este mês a primeira parcela de 30 bilhões de reais ao Tesouro Nacional de um total previsto de 130 bilhões neste ano, disseram à Reuters três fontes próximas das discussões.

O pagamento de 30 bilhões de reais foi retirado da pauta de reunião da diretoria do banco pelo presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, realizada na véspera.

"Ontem teve reunião de diretoria e aconteceria uma reunião extraordinária do conselho, que acabou não acontecendo porque foi retirada da pauta a discussão sobre a devolução dos 30 bilhões de reais. O combinado era devolver 30 bilhões até o fim de fevereiro, o que não vai acontecer", disse a Reuters uma das fontes. A próxima reunião do conselho do banco deve ocorrer na semana que vem.

Segundo a fonte, Castro teria "feito algumas exigências ao governo" para aprovar a devolução dos recursos ao Tesouro. Uma segunda fonte confirmou que o prazo para devolução não será respeitado.

Castro estaria condicionando a devolução dos recursos a atendimento de "pedidos para o últimos mês dele à frente do BNDES", disse uma das fontes.

O presidente do BNDES é pré-candidato à Presidência da República pelo PSC e terá que se descompatibilizar do cargo até o começo de abril.

As fontes comentaram que Castro estaria atuando para nomear um novo diretor de Tecnologia da Informação antes de sua saída da presidência do BNDES, além de aprovação de indicação dele para seu sucessor no comando do banco, de preferência um nome da casa.

"Para a gente não muda nada não devolver agora os 30 bilhões", disse uma fonte do governo federal.

Por sua vez, o Tesouro informou que mantém a expectativa de receber esse ano 130 bilhões de reais do BNDES como devolução de parte dos aportes feitos no passado ao banco. Durante os governos do PT foram injetados no banco de fomento cerca de 500 bilhões de reais.

Procurado, o BNDES não se manifestou sobre o assunto até a publicação desta reportagem.

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