Economia

BNDES e Vale anunciam fundo para minerais estratégicos

Iniciativa pode mobilizar até R$ 1 bilhão e vai focar na transição energética

BNDESPAR e a Vale irão subscrever cotas no valor mínimo de R$ 100 milhões e máximo de R$ 250 milhões cada (Miguel Ângelo/CNI/Flickr/Divulgação)

BNDESPAR e a Vale irão subscrever cotas no valor mínimo de R$ 100 milhões e máximo de R$ 250 milhões cada (Miguel Ângelo/CNI/Flickr/Divulgação)

Agência Brasil
Agência Brasil

Agência de notícias

Publicado em 3 de outubro de 2024 às 06h09.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Vale anunciaram nesta quarta-feira, 2, que o consórcio formado pela Ore Investments e a JGP BB Asset foi selecionado em 1º lugar na chamada pública para a escolha de um Fundo de Investimento em Participações (FIP) com foco em projetos de pesquisa, desenvolvimento, implantação ou operação de ativos de minerais estratégicos para transição energética, descarbonização e minerais fertilizantes. Esse é primeiro FIP do BNDES focado em mineração.

A iniciativa tem estimativa de mobilizar até R$ 1 bilhão, recursos que poderão ser investidos em até 20 empresas júnior e de médio porte que atuem em pesquisa mineral, desenvolvimento e implantação de novas minas de minerais estratégicos no Brasil. O dinheiro deve começar a ser investido a partir de março do ano que vem.

O anúncio ocorreu nesta quarta-feira, 2, em entrevista online à imprensa, concedida pelo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, pelos diretores Alexandre Abreu (Financeiro e de Mercado de Capitais) e José Luis Gordon (Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior) do Banco e pelo presidente da Vale, Gustavo Pimenta.

O edital, anunciado em maio de 2024, prevê que a BNDESPAR e a Vale irão subscrever cotas no valor mínimo de R$ 100 milhões e máximo de R$ 250 milhões cada, observado o percentual máximo de participação individual de 25% no capital comprometido total do Fundo. O investimento será submetido à aprovação das alçadas competentes dos investidores âncoras, com aportes a serem realizados conforme as necessidades do Fundo.

O Fundo irá priorizar os minerais para transição energética e descarbonização, sendo eles, cobalto, cobre, estanho, grafita, lítio, manganês, minério de terras raras, minérios do grupo da platina, molibdênio, nióbio, níquel, silício, tântalo, titânio, tungstênio, urânio, vanádio e zinco. Fosfato, potássio e remineralizadores, minerais fundamentais para a fertilidade do solo, também estão no rol de elementos que podem estar no Fundo.

“A criação do Fundo de Minerais Estratégicos dá continuidade ao apoio do BNDES ao setor de mineração. Nos últimos dez anos foram investidos R$ 8,3 bilhões em financiamentos para cerca de 1.800 empresas. A exploração sustentável dos minerais críticos será fundamental para colocar o Brasil na liderança global da transição energética, um dos objetivos centrais do governo do presidente Lula”, disse Mercadante.

“A Vale é uma grande produtora de minerais para a transição energética e tem orgulho de integrar uma iniciativa que vai potencializar os investimentos em metais críticos e promover o crescimento das cadeias produtivas nacionais. O grande interesse pela gestão do fundo evidencia a robustez do mercado de exploração e produção de minerais estratégicos no Brasil”, afirmou o presidente da Vale, Gustavo Pimenta. A Vale tem hoje 90% de sua receita proveniente do ferro e quer aumentar a produção de cobre.

Acompanhe tudo sobre:ValeBNDES

Mais de Economia

Brasil será menos impactado por políticas do Trump, diz Campos Neto

OPINIÃO: Fim da linha

Explosões em Brasília elevam incertezas sobre pacote fiscal e sobre avanço de projetos no Congresso

Após mercado prever altas da Selic, Galípolo afirma que decisão será tomada 'reunião a reunião'