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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
Rio de Janeiro - O diretor da Área de Planejamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), João Carlos Ferraz, defendeu hoje (19), durante o 22º Fórum Nacional, a necessidade de que sejam elaboradas políticas públicas permanentes pró-investimento para apoio a pequenas e grandes empresas competitivas no país.
Ele enfatizou que, na avaliação do BNDES, não existe diferença entre grandes e pequenas empresas. "Temos hoje novas referências onde a diversidade é o que vale. E, principalmente, o tema de sustentabilidade socioambiental."
Enquanto a grande empresa tem como principais vantagens a escala e recursos para produzir grandes quantidades demandadas pela sociedade, as pequenas companhias se caracterizam pela velocidade, versatilidade e adaptabilidade a contextos diferentes, afirmou Ferraz. Em geral, a grande necessidade de financiamento das pequenas empresas é com relação a capital de giro, apontou.
Embora o número de pequenas empresas industriais com até 500 empregados represente 99% do total, de acordo com dados de 2007, Ferraz destacou que, em termos de valor adicionado, as grandes empresas da indústria ocupam a liderança no país, com fatia de 68,9%. Ambos os dados, assinalou, "são de fundamental importância quando pensamos políticas à frente".
Em relação aos financiamentos concedidos pelo BNDES, as grandes empresas contabilizam 33 mil operações em valores acumulados em 12 meses até abril deste ano, o que representa 7% do total. As micro, pequenas e médias empresas (MPEs) e pessoas físicas somam 437 mil operações, equivalentes a 93% do total. Já em termos de valor, a estatística se inverte: as MPEs e pessoas físicas respondem por R$ 31 bilhões acumulados em 12 meses até abril, ou 21% do total desembolsado, contra R$ 115 bilhões das grandes empresas (79% dos recursos concedidos).
O mais importante é que o BNDES não discrimina e não pode discriminar as empresas por suas características, disse Ferraz. Acrescentou que, no entanto, o banco diferencia maus e bons projetos. Ele assegurou que é prioridade no planejamento do banco aumentar a participação das MPEs nos financiamentos.
O número de operações de empréstimos para o segmento cresceu 105,5% no período acumulado de 12 meses até abril de 2010, atingindo 437,45 mil transações, contra 213,04 mil em igual período anterior. O valor liberado também subiu de R$ 22,4 bilhões para R$ 31,3 bilhões.
Ferraz salientou que o Cartão BNDES, para compras no portal eletrônico, é um instrumento positivo para ampliar o acesso das MPEs ao crédito do banco. O número de operações pelo cartão cresceu 192,8% em 12 meses acumulados em abril deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, passando de 75,93 mil operações para 222,36 mil operações. O valor também foi ampliado de R$ 1,1 bilhão para R$ 3,1 bilhões. "Multiplicando por três, em um ano, com 280 mil cartões".
Segundo o diretor de Planejamento do BNDES, quando o investimento estiver crescendo acima do Produto Interno Bruto (PIB), isso representará ampliação da capacidade e mais oportunidades de negócios. Para ele, as empresas devem se desenvolver com base, principalmente, em inovação e responsabilidade socioambiental.
Nesse contexto, ele destacou a necessidade de um mercado financeiro forte. "Este país não avançará enquanto não contarmos com uma indústria financeira que esteja financiando o longo prazo". Para ele, isso reduzirá a dependência "profunda do BNDES como hoje em dia", analisou. Ferraz reiterou que as formas de apoio às MPEs e às grandes empresas dependem de políticas permanentes pró-investimento.