Economia

BNDES acena com crédito em privatização de aeroportos

A notícia sobre o apoio público ao consórcio brasileiro surgiu no fim da tarde desta quarta-feira na imprensa em Lisboa


	Luciano Coutinho, presidente do BNDES: questionado sobre a existência do crédito para a privatização, o BNDES informou que "não comenta operações não aprovadas
 (Divulgação/BNDES)

Luciano Coutinho, presidente do BNDES: questionado sobre a existência do crédito para a privatização, o BNDES informou que "não comenta operações não aprovadas (Divulgação/BNDES)

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Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2012 às 21h58.

Londres - O governo brasileiro vai apoiar a CCR e a Odebrecht na privatização da empresa Aeroportos de Portugal (ANA). O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) acenou ao consórcio com um financiamento no caso de vitória das duas empresas. O crédito poderia ser usado no pagamento da estatal que opera aeroportos como o de Lisboa. A imprensa portuguesa afirma que a linha de crédito do BNDES poderia somar cerca de 1,2 bilhão de euros (cerca de R$ 3,2 bilhões).

A notícia sobre o apoio público ao consórcio brasileiro surgiu no fim da tarde desta quarta-feira na imprensa em Lisboa. O respaldo do BNDES foi entendido como "um forte sinal" do interesse do governo de Dilma Rousseff por Portugal e pela internacionalização das companhias de capital brasileiro.

Questionado sobre a existência do crédito para a privatização, o BNDES informou que "não comenta operações não aprovadas". Apesar da resposta, o banco admite que tem mecanismos de financiamento à disposição para o caso de vitória nacional no leilão. "O BNDES possui instrumentos que podem ser utilizados caso o consórcio brasileiro vença a disputa e desde que a operação de apoio financeiro seja estruturada de acordo com a política operacional do BNDES e com as garantias usualmente exigidas pela instituição", informou o banco de fomento via assessoria de imprensa.


O apoio do banco público ao consórcio na privatização de aeroportos acontece em um período em que Brasília também realiza processo semelhante ao conceder terminais aéreos à iniciativa privada. CCR e Odebrecht, porém, não fazem parte dos grupos que ficaram com os três primeiros aeroportos repassados à iniciativa privada no Brasil: Brasília, Guarulhos e Viracopos.

Além das empresas nacionais, outra interessada pela ANA seria a alemã Fraport, que chegou a sondar o mercado brasileiro antes da concessão dos dois aeroportos paulistas e do terminal brasiliense. Nesta semana, executivo da operadora alemã fez parte da comitiva oficial de Angela Merkel em visita oficial de algumas horas a Lisboa.

Segundo a imprensa portuguesa, oito empresas estariam interessadas na privatização da ANA, entre elas o consórcio CCR/Odebrecht. A atual fase do processo - chamada de oferta não vinculativa - consiste na entrega de uma proposta preliminar pela operadora de aeroportos. Nesta fase, o governo português avalia as ofertas e três ou quatro consórcios devem ser classificados. Na etapa seguinte, serão feitas ofertas finais pela companhia. De acordo com o "Jornal de Negócios", a administradora de aeroportos seria avaliada entre 1,5 bilhão de euros e 2,5 bilhões de euros.

No processo de privatização de companhias portuguesas, outra empresa em evidência é aérea TAP. Nesse caso, apenas o Synergy Group foi selecionado para a fase final de venda. A única concorrente é controlada por German Efromovich, empresário nascido na Bolívia com cidadania brasileira e que controla a Avianca.

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