Economia

BNDES abre representação para fortalecer presença na África

Banco de desenvolvimento abrirá sua terceira representação internacional em Johanesburgo para ajudar a atrair negócios na África


	Luciano Coutinho, presidente do BNDES: localização em Johanesburgo segue as dos escritórios em Montevidéu e em Londres, ambos abertos em 2009
 (Sergio Moraes/Reuters)

Luciano Coutinho, presidente do BNDES: localização em Johanesburgo segue as dos escritórios em Montevidéu e em Londres, ambos abertos em 2009 (Sergio Moraes/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2013 às 12h02.

Rio de Janeiro - O banco de desenvolvimento do Brasil, o BNDES, abrirá sua terceira representação internacional amanhã para ajudar a atrair negócios para as companhias brasileiras na África além dos países de idioma português.

A localização em Johanesburgo segue as dos escritórios em Montevidéu e em Londres, ambos abertos em 2009.

“A meta aqui é aumentar a carteira geral e também diversificar”, disse Sérgio Foldes, vice-diretor de gestão da divisão internacional do banco no Rio de Janeiro. Além de Moçambique e de Angola, ambos de fala portuguesa, “há outros mercados onde as companhias brasileiras podem ter oportunidades muito boas e onde podemos ser-lhes de grande ajuda”.

Em 2012, o BNDES desembolsou R$ 156 bilhões (US$ 65,6 bilhões) frente a R$ 140 bilhões do ano anterior, apoiado por empréstimos do Tesouro, que aumentaram o nível de endividamento do País e geraram preocupação com uma possível redução da nota de crédito. Em setembro, diante da possibilidade de uma redução dos empréstimos do Tesouro no ano que vem, o banco vendeu seus primeiros títulos em moeda estrangeira em mais de dois anos.

O banco de desenvolvimento vê na África uma oportunidade para financiar os bens de capitais brasileiros e o fornecimento de serviços de engenharia e construção para grandes projetos, como represas hidrelétricas e portos, disse Foldes. O banco emprestará a taxas do mercado e obterá uma vantagem oferecendo períodos de empréstimos mais longos do que outros bancos, disse Foldes.

O banco espera desembolsar US$ 500 milhões para companhias brasileiras para investimentos na África neste ano, segundo a assessoria de imprensa da instituição. A entidade desembolsou US$ 2,8 bilhões desde 2007, 96 por cento para Angola e 1,7 por cento para Moçambique.


Subsidiária em Londres

Diferentemente da subsidiária em Londres, Johanesburgo não terá autonomia operacional. O BNDES capitalizou o escritório de Londres, cuja fortuna líquida é de cerca de 58 milhões de libras esterlinas (US$ 95 milhões), disse Foldes. O banco iniciará operações piloto para arrecadar fundos desde a localização em 2014, disse Foldes.

Em setembro, o banco emitiu seus primeiros bônus denominados em dólares em quase quatro anos, pagando um prêmio de três pontos porcentuais sobre títulos do Tesouro na venda de US$ 1,25 bilhão em títulos a dez anos. Em 2011, o BNDES emitiu títulos denominados em francos suíços.

Em 29 de novembro, a presidente Dilma Rousseff autorizou o Tesouro a liberar R$ 24 bilhões (US$ 10,1 bilhões) para o BNDES. A soma se adiciona a cerca de R$ 20 bilhões recebidos pelo banco neste ano até 14 de outubro. O Tesouro emprestou R$ 55 bilhões de reais ao banco em 2011, abaixo de R$ 100 bilhões em 2009, e a meta é eliminar gradualmente esses empréstimos nos próximos anos, disse no mesmo dia o Ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Em outubro, a dívida bruta do Brasil como percentagem do PIB aumentou para 59 por cento frente a 54,3 por cento dois anos atrás. O déficit orçamentário ampliou-se para 3,4 por cento do PIB nos 12 meses finalizados em outubro, o maior nível desde novembro de 2009.

Em junho, a Standard Poor’s colocou a nota de crédito do Brasil em perspectiva negativa, e em outubro o Moody’s Investors Service rebaixou sua perspectiva de positiva para estável.

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