Já o Brasil deverá crescer 3,4% em 2012, muito longe dos 7,5% de 2010 (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 18 de janeiro de 2012 às 05h49.
Washington - O crescimento da economia da América Latina e do Caribe sofrerá ligeira desaceleração a 3,6% em 2012 e será de 4,2% em 2013, devido ao contexto de incerteza global, à desaceleração da China e ao fraco desempenho da Europa, indicou o Banco Mundial nesta terça-feira.
A região encerrou 2011 com uma taxa de crescimento de 4,2%.
A estes fatores se somam as políticas de ajuste tomadas pelas autoridades locais diante dos sinais de superaquecimento que moderaram a demanda interna.
Um exemplo é o Brasil, a principal economia latino-americana, que deverá crescer 3,4% em 2012, muito longe dos 7,5% de 2010, para depois subir ligeiramente a 4,4% em 2013.
'O arrefecimento da demanda interna coincidiu com a redução da demanda externa, o que provocou uma desaceleração mais aguda que a esperada', assinalou o relatório intitulado 'Incertezas e Vulnerabilidades'.
O BM prevê que outra das grandes economias latino-americanas, o México, rebaixará seu crescimento a 3,2% em 2012, contra os 4% alcançados em 2011, subindo em 2013 a 3,7%.
Devido à retirada das medidas de estímulo econômico e ao declínio no poder de compra dos consumidores, a Argentina verá seu crescimento cair dos 7,5% de 2011 para 3,7% em 2012 e 4,4% em 2013.
Os países exportadores de petróleo e gás da região, como Equador, Bolívia e Venezuela, se beneficiaram da alta dos preços internacionais e registraram crescimentos sustentados em 2011 de 6,1%, 4,8% e 3,8%, respectivamente.
No entanto, também deverão ser afetados em 2012 pela redução da demanda internacional, segundo o relatório.
As remessas de emigrantes registraram um melhor comportamento em 2011, ao expandir-se 7,6% em média com relação aos 6,3% de 2010, o que permitiu a recuperação dos países mais dependentes destes fluxos, como El Salvador, Jamaica, Honduras, Nicarágua, Haiti e Guatemala.
Outro dos riscos para a região é que, apesar da recente moderação da demanda interna, a inflação continua elevada, especialmente em Brasil, Argentina, Peru e Colômbia.
Como conclusão, o BM aponta como possíveis recomendações para as autoridades locais 'o emprego de medidas contracíclicas e o aumento das despesas com redes de seguridade social e projetos de infraestrutura'.
Além disso, indica que seria útil aumentar 'a supervisão dos sistemas financeiros e realizar testes de resistência em entidades financeiras mais expostas ao contágio internacional devido à rápida expansão do crédito vivida na região nos últimos anos'. EFE