Dinheiro: "O Brasil está mudando e se fala em crescimento de 2,5% a 3%. Acho que é um número realista" (Thinkstock/Thinkstock)
Estadão Conteúdo
Publicado em 15 de março de 2018 às 16h13.
Última atualização em 15 de março de 2018 às 16h20.
São Paulo - O crescimento da economia brasileira deve se ampliar este ano, podendo chegar a 3%. A grande dúvida é se o País vai conseguir fazer as mudanças estruturais para que a expansão não fique restrita ao curto prazo e continue ao longo dos anos. A avaliação é do presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno.
"O Brasil está mudando e se fala em crescimento de 2,5% a 3%. Acho que é um número realista", disse ele após participar de evento do Fórum Econômico Mundial em São Paulo nesta quinta-feira, 15. Entre as mudanças estruturais necessárias para o País seguir crescendo, Moreno disse que a reforma da Previdência tem papel central.
"Já venho ao Brasil há muitos anos e a diferença é que há dez anos ninguém falava da reforma da Previdência e ninguém queria fazê-la. Hoje todo mundo comenta", afirmou o presidente do BID. "Obviamente é uma decisão difícil que os brasileiros vão ter que tomar, mas é central para a questão fiscal brasileira."
As eleições presidenciais de outubro, disse Moreno, podem ser um risco ou não para o cenário da economia brasileira. "Quem vai determinar isso são os brasileiros", afirmou. Para ele, diferente de outros países da América Latina, o brasileiro tem um jeito próprio que permite costurar acordos em Brasília. "Isso é muito importante para a sociedade."
Moreno participou de um painel do Fórum Econômico em que destacou a questão da corrupção. Ele disse que o combate às práticas irregulares se transformou em tema central para os países da América Latina. Na região, afirmou ele, não existe tema mais importante do que recuperar a confiança.
O presidente do BID citou que o Brasil tem combatido a corrupção com a Operação Lava Jato, mas mencionou uma pesquisa que mostra que 62% da população da região acredita que o quadro da corrupção piorou. "É preciso romper a conexão entre as finanças do governo e a corrupção", afirmou ele durante o debate.