O ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schauble: o titular de Finanças insistiu que é preciso esperar o relatório da troika antes que os membros do euro abordem a questão (Miguel Riopa/AFP)
Da Redação
Publicado em 24 de outubro de 2012 às 15h40.
Berlim - O ministro alemão de Finanças, Wolfgang Schäuble, afirmou nesta quarta-feira que seu governo não tem "conhecimento" sobre um suposto acordo para prolongar em dois anos os prazos da Grécia para cumprir seu programa de ajustes.
"Por parte do governo alemão, não há nada de novo a respeito", disse Schäuble em um pronunciamento perante os meios de imprensa, após uma reunião do Conselho de Estabilidade do Executivo Federal e os "Länder" (estado federados).
O titular de Finanças insistiu que é preciso esperar o relatório da troika - Banco Central Europeu (BCE), Comissão Europeia (CE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) - para que então os membros da zona do euro abordem a questão.
O ministro alemão de Economia, Philipp Rösler, manteve o discurso e ressaltou que é preciso aguardar o relatório para poder avaliar os possíveis avanços da Grécia.
As declarações de ambos os ministro foram produzidas, quase que simultaneamente, com as do presidente do BCE, Mario Draghi, que está em Berlim e que se esquivou da pergunta dizendo que era necessário esperar a redação definitiva do documento.
"A revisão (do relatório sobre a situação financeira da Grécia) não acabou. Há partes ainda pendentes de definição. Eu não comento rumores", disse o presidente.
Draghi fez as declarações durante uma entrevista coletiva seguida da reunião com um grupo de parlamentares das comissões de Orçamentos, Finanças e Assuntos Europeus do Parlamento Federal (Bundestag).
O jornal alemão "Süddeutsche Zeitung" relatou, nesta quarta-feira, após ter acesso à minuta do memorando do entendimento que Atenas negocia com seus credores, que a UE está disposta a conceder à Grécia dois anos a mais de prazo para sanear suas finanças.
O acordo, acrescentou o jornal, permitirá que Atenas tenha um prazo de até 2016 para que seu novo endividamento cumpra com os critérios de Maastricht e não supere 3% do PIB.
No entanto, o membro alemão do diretório do BCE, Jörg Asmussen, negou as informações, embora não tenha descartado que as partes chegaram a um acordo.