Economia

Berlim descarta 3º resgate à Grécia, mas oferece negociação

O porta-voz Steffen Seibert afirmou que a chanceler Angela Merkel está "preparada para conversar"


	O porta-voz Steffen Seibert afirmou que a chanceler Angela Merkel está "preparada para conversar"
 (Johannes Eisele/AFP)

O porta-voz Steffen Seibert afirmou que a chanceler Angela Merkel está "preparada para conversar" (Johannes Eisele/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de julho de 2015 às 09h05.

Berlim - O governo da Alemanha negou nesta segunda-feira que existam condições para negociar um terceiro resgate para a Grécia após o referendo deste domingo, embora tenha indicado que "a porta continue aberta" para o diálogo entre Atenas e seus credores.

O porta-voz Steffen Seibert afirmou em Berlim que a chanceler Angela Merkel está "preparada para conversar", mas que na atualmente "não se dão as condições para um novo programa de resgate" para a Grécia.

Ele jogou a responsabilidade de avançar na resolução da crise grega no país: "a Grécia está na zona do euro e está nas mãos da Grécia e de seu governo que isto possa continuar sendo assim".

Seibert acrescentou que os líderes europeus terão amanhã, na cúpula extraordinária convocada para analisar a situação grega, "ouvidos abertos" para escutar as possíveis novas propostas apresentadas pelo primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras.

No entanto, indicou que na Europa "solidariedade e esforços próprios" não podem ser deslindados.

Esta ideia foi elaborada mais detalhadamente pelo porta-voz do Ministério das Finanças, Martin Jäger, que explicou que, segundo a legislação do fundo de resgate permanente, só se pode ajudar financeiramente os países-membros que aplicam reformas e ajustes em contrapartida aos recursos recebidos.

Jäger indicou ainda que, por enquanto, uma possível remissão da dívida pública da Grécia "não é um tema", apesar das exigências de Tsipras, e que, em todo caso, primeiro seria preciso que o governo grego apresentasse um pedido ao fundo de resgate.

O porta-voz do Ministério das Finanças considerou especulação que uma falta de pagamento grego vá a afetar os cofres públicos alemães.

Além disso, ele reafirmou que o caminho é a consolidação fiscal e a implementação de reformas estruturais, e rejeitou a via da remissão da dívida insinuada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Tanto Seibert como Jäger minimizaram a importância a demissão do ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, (anunciada há poucas horas) indicando que relevante são as "posições" políticas dos governos e nem tanto "as pessoas".

O porta-voz do governo alemão destacou no início de seu comparecimento que "o povo grego falou com clareza nas urnas, fazendo uso de seu soberano direito", o que o governo alemão "respeita".

Acompanhe tudo sobre:AlemanhaCrise gregaDívidas de paísesEuropaGréciaPaíses ricosPiigs

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto