Economia

Berlim defende poder dos Parlamentos após fala de Monti

"As decisões dos governos devem ter uma legitimidade democrática", declarou o porta-voz do governo alemão Georg Streiter, em uma coletiva de imprensa

Angela Merkel e Mario Monti: Monti, disse estar "preocupado" com o ressentimento sentido na Itália em relação à Alemanha, considerada muito arrogante em sua gestão da crise (©AFP / Alberto Pizzoli)

Angela Merkel e Mario Monti: Monti, disse estar "preocupado" com o ressentimento sentido na Itália em relação à Alemanha, considerada muito arrogante em sua gestão da crise (©AFP / Alberto Pizzoli)

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Da Redação

Publicado em 6 de agosto de 2012 às 13h03.

Berlim - A Alemanha lembrou nesta segunda-feira a supremacia dos Parlamentos nacionais na gestão da crise da Eurozona, após declarações do chefe do governo italiano, Mario Monti, que pediu aos governos que não sejam freados por seus deputados.

"As decisões dos governos devem ter uma legitimidade democrática. A chanceler (Angela Merkel) é consciente de que na Alemanha os textos devem estar apoiados pelo Parlamento e que este deve participar de sua elaboração", declarou nesta segunda-feira o porta-voz do governo Georg Streiter, em uma coletiva de imprensa.

Também defendeu o papel do Tribunal Constitucional alemão, que nos últimos tempos reforçou as prerrogativas já importantes do Bundestag.

"Seria bom que a calma voltasse ao debate", disse Streiter, que assegurou que Merkel não compartilha a preocupação de Monti sobre a reputação de Berlim na Europa.

Em uma entrevista à revista alemã Der Spiegel, publicada no domingo, o presidente do governo italiano, Mario Monti, disse estar "preocupado" com o ressentimento sentido na Itália em relação à Alemanha, considerada muito arrogante em sua gestão da crise da dívida.

Monti também pediu aos outros chefes de governo da Eurozona que conservem uma margem de manobra em relação aos seus deputados: "Se os governos tivessem que se deixar frear pelas decisões de seus Parlamentos sem preservar seu espaço de negociação, a Europa correria mais o risco de explodir do que de reforçar sua integração".

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