Consumidor avalia fogão: Bens de Consumo tiveram queda de 2,6%, sendo que os duráveis se destacaram com recuo de 7,2%, enquanto os Semiduráveis e não Duráveis recuaram 1,5% (José Cruz/ABr)
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2013 às 09h51.
Rio de Janeiro - A produção industrial brasileira voltou a cair em julho ao registrar queda de 2 por cento frente a junho, indicando que a economia brasileira iniciou o terceiro trimestre com fraqueza depois do surpreendente desempenho do PIB nos três meses anteriores.
O dado divulgado nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) praticamente anula a alta mensal de junho de 2,1 por cento, em número revisado após a divulgação de avanço de 1,9 por cento.
Na comparação com julho de 2012, a produção industrial teve expansão de 2,0 por cento. O IBGE também revisou ligeiramente para cima o crescimento de junho ante junho de 2012 para 3,2 por cento, ante 3,1 por cento anteriormente.
Os resultados foram piores do que as expectativas em pesquisa da Reuters de recuo mensal de 1,20 por cento e alta anual de 2,65 por cento.
Todas as categorias de uso registraram queda em julho na comparação mensal, com destaque para o recuo de 3,3 por cento entre Bens de Capital --uma medida de investimento.
Já os Bens de Consumo tiveram queda de 2,6 por cento, sendo que os duráveis se destacaram com recuo de 7,2 por cento, enquanto os Semiduráveis e não Duráveis recuaram 1,5 por cento.
Por fim, a produção de Bens Intermediários registrou queda de 0,7 por cento em julho.
Veículos
Pelos ramos de atividade, 15 dos 27 pesquisados apresentaram queda mensal, com destaque para veículos automotores (-5,4 por cento) e farmacêutico (-10,7 por cento). Também tiveram importante contribuição negativa borracha e plástico (-4,5 por cento), celulose, papel e produtos de papel (-3,6 por cento) e alimentos (-1,4 por cento).
Na ponta oposta destacam-se refino de petróleo e produção de álcool (3,3 por cento), bebidas (2,3 por cento), material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (3,5 por cento) e produtos de metal (2,0 por cento).
A atividade industrial brasileira tem registrado comportamento errático ao longo deste ano, mas apesar disso, pela contabilidade do PIB, a indústria cresceu 2,0 por cento no segundo trimestre, em comparação a janeiro-março, e 2,8 por cento sobre igual período de 2012.
O Produto Interno Bruto como um todo cresceu 1,5 por cento na comparação trimestral, a maior expansão em mais de três anos, e 3,3 por cento na anual.
Mas o resultado divulgado esta manhã da produção industrial de julho --o terceiro negativo no ano-- soma-se à queda na produção de veículos e de aço bruto no país e alimenta as expectativas de perda de ímpeto da economia no terceiro trimestre.
Um dos principais abalos é a falta de confiança entre os vários setores da economia. Em agosto a confiança da indústria apurada pela Fundação Getulio Vargas renovou o menor nível desde julho de 2009, ao recuar 0,6 por cento.
A pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI) sobre o setor também não pinta um cenário muito favorável. Embora o ritmo de deterioração tenha diminuído, o indicador permanece em território de contração pelo segundo mês seguido ao atingir 49,4 em agosto ante 48,5 em julho.