Economia

Bênção de Mantega para alta de juro sinaliza nova prioridade

As taxa dos contatos de DI tiveram em 15 de fevereiro as maiores altas em oito meses após Mantega dizer que o governo fará o que for preciso para conter a alta dos preços


	Guido Mantega: as declarações do ministro sinalizam que o governo da presidente Dilma Rousseff não está mais contando com o dólar mais fraco para conter a inflação
 (REUTERS/ Nacho Doce)

Guido Mantega: as declarações do ministro sinalizam que o governo da presidente Dilma Rousseff não está mais contando com o dólar mais fraco para conter a inflação (REUTERS/ Nacho Doce)

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Da Redação

Publicado em 18 de fevereiro de 2013 às 08h48.

São Paulo - O mercado passou a apostar que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, deu sinal verde para que o Banco Central volte a elevar o juro básico.

Com isso, o governo muda o foco do estímulo ao crescimento para o controle da inflação, que superou o centro da meta do BC por 29 meses.

As taxa dos contatos de Depósito Interfinanceiro tiveram em 15 de fevereiro as maiores altas em oito meses após Mantega dizer que o governo fará o que for preciso para conter a alta dos preços, o que poderia incluir um aumento dos juros.

O comentário veio depois que a inflação anual bateu em 6,15 por cento em janeiro, a maior em um ano. A taxa implícita de inflação, uma medida das expectativas para altas dos preços, caiu 0,07 ponto percentual para 5,26 por cento, a menor em cinco meses.

O BC vem mantendo a Selic na mínima histórica de 7,25 por cento desde outubro, o que deixa a taxa real de juros do País em 1,1 por cento, mais baixa que das da China e Rússia.

As declarações de Mantega sinalizam que o governo da presidente Dilma Rousseff não está mais contando com o dólar mais fraco para conter a inflação e pode subir a Selic já em abril, segundo o BNP Paribas SA.

“Quando a inflação passa de 6 por cento, isso torna-se a prioridade em vez de estimular o crescimento”, disse Diego Donadio, estrategista para a América Latina do Banco BNP Paribas Brasil SA, em entrevista por telefone em São Paulo.

O BC não quis fazer comentários em resposta por e-mail. O Ministério da Fazenda também não quis comentar.

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