Economia

BCs deveriam aprender a viver com baixa inflação, diz BIS

Os principais bancos centrais do mundo desenvolvido têm levado as taxas de juros para zero ou abaixo disso


	Banco Central Europeu: o BCE não atinge sua meta de quase 2 por cento de inflação há mais de três anos
 (Kai Pfaffenbach/Reuters)

Banco Central Europeu: o BCE não atinge sua meta de quase 2 por cento de inflação há mais de três anos (Kai Pfaffenbach/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2016 às 09h48.

Viena- Os bancos centrais deveriam aprender a viver com taxas de inflação que ficam persistentemente abaixo de seus objetivos em vez de alimentarem a dívida com políticas de estímulo cada vez mais agressivas, disse nesta quarta-feira o chefe do departamento monetário e econômico do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês), Claudio Borio.

Os principais bancos centrais do mundo desenvolvido têm levado as taxas de juros para zero ou abaixo disso, além de imprimirem trilhões de dólares para estimular suas economias, levando os rendimentos de títulos para mínimas recordes, mas falhando em impulsionar significativamente a inflação.

Borio, um cético de longa data de políticas monetárias ultrafrouxas, disse que os bancos centrais podem precisar dar a si mesmos mais tempo para alcançar suas metas de inflação, porque suas políticas podem ameaçar a estabilidade econômica de longo prazo.

"É bem possível que uma política monetária orientada para a estabilidade financeira possa exigir maior tolerância com os desvios persistentes da inflação em relaçao à meta", disse ele em uma reunião de bancos centrais em Viena.

"Tal política não exige mudança de mandatos...mas pode exigir ao menos um aprimoramento em como os mandatos são colocados em prática, incluindo o horizonte para alcançar os objetivos de inflação."

Apesar de imprimir mais de 1 trilhão de euros e adotar uma série de medidas para estimular o crédito, o Banco Central Europeu não atinge sua meta de quase 2 por cento de inflação há mais de três anos.

Borio disse que, em um momento em que a inflação permanece baixa devido à globalização e avanços tecnológicos, estímulos contínuos apresentam o risco de criar uma situação em que se torna difícil ou impossível pagar a dívida.

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