Funcionário da Casa da Moeda verifica notas novas de cem reais: Brasil e China agem para tirar quase metade de suas ações comerciais da zona do dólar (Sérgio Moraes / Reuters)
Da Redação
Publicado em 26 de março de 2013 às 09h47.
Durban - Os bancos centrais de Brasil e China fecharam um acordo nesta terça-feira de troca de moedas locais (reais e iuanes), com operações de até 60 bilhões de reais (cerca de 30 bilhões de dólares) e duração de até 3 anos.
O montante pode ser prorrogado de acordo com a vontade das partes e com isso os dois países agem para tirar quase metade de suas ações comerciais da zona do dólar.
O Banco Central brasileiro informou que a medida tem o objetivo de "facilitar o comércio bilateral entre os dois países". O acordo, assinado horas antes do início da cúpula dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) em Durban, no país africano, é uma medida das duas maiores economias emergentes para trazer mudanças reais ao fluxo de comércio internacional dominado pelos Estados Unidos e Europa.
"Nosso interesse não é estabelecer novas relações com a China, mas expandir relações a serem usadas no caso de turbulência nos mercados financeiros", disse o presidente do BC brasileiro, Alexandre Tombini, após a assinatura.
Segundo resolução publicada pelo BC nesta manhã, e aprovada em reunião extraordinária do Conselho Monetário Nacional (CMN), "os valores em reais recebidos pelo Banco Popular da China serão creditados em conta especial de depósito aberta em seu nome no Banco Central do Brasil, sem remuneração ou acesso a crédito, cuja utilização será restrita às movimentações de recursos vinculadas à execução do contrato".
O comércio entre os dois países totalizou cerca de 75 bilhões de dólares em 2012. Autoridades brasileiras disseram esperar que o acordo esteja em operação na segunda metade de 2013.