Economia

BCE vê maior impacto indireto da desaceleração chinesa

O crescimento econômico da China desacelerou para abaixo dos 7 por cento no terceiro trimestre, ritmo mais lento desde a crise financeira global


	Sede do Banco Central Europeu (BCE): o banco também alertou que a desaceleração da China vai reduzir o crescimento nos mercados emergentes e aquecer a incerteza global
 (REUTERS/Lisi Niesner)

Sede do Banco Central Europeu (BCE): o banco também alertou que a desaceleração da China vai reduzir o crescimento nos mercados emergentes e aquecer a incerteza global (REUTERS/Lisi Niesner)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de novembro de 2015 às 10h20.

Frankfurt - O impacto direto da desaceleração econômica da China no crescimento da zona do euro através do comércio será modesto, mas o impacto por canais indiretos pode ser mais significativo, disse o Banco Central Europeu (BCE) nesta quarta-feira.

O crescimento econômico da China desacelerou para abaixo dos 7 por cento no terceiro trimestre, ritmo mais lento desde a crise financeira global, e Pequim adotou uma série de medidas para evitar uma desaceleração mais aguda.

"As estimativas disponíveis sugerem que os efeitos comerciais diretos e indiretos de uma desaceleração de 1 ponto percentual no Produto Interno Bruto (PIB) real da China é relativamente nula, implicando em uma queda de cerca de 0,1 a 0,15 ponto percentual na atividade da zona do euro após dois ou três anos", disse o BCE em um boletim econômico.

Mas o banco também alertou que a desaceleração da China vai reduzir o crescimento nos mercados emergentes e aquecer a incerteza global, o que pode então afetar indiretamente a confiança das famílias na zona do euro, segurando as decisões de consumo e investimento.

"Outro canal possível de transmissão de choques negativos para a zona do euro são os efeitos na confiança, onde, por exemplo, as saídas de capital podem ser provocadas pelos choques adversos de confiança, levando a condições financeiras mais apertadas nos mercados emergentes e maior desaceleração na demanda internacional da zona do euro", disse o banco central.

As saídas de capital da China podem também enfraquecer a moeda chinesa, levando junto outras divisas de mercados emergentes, acrescentou o BCE.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaBCEChina

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto