Economia

BCE vê inflação negativa nos próximos meses, segundo revista

Em entrevista, vice-presidente do Banco Central Europeu disse esperar inflação negativa no bloco, mas só temporariamente

O vice-presidente do BCE, Vitor Constancio: "eu não vejo razões para mudar nossas posições" 
 (Adam Berry/Getty Images)

O vice-presidente do BCE, Vitor Constancio: "eu não vejo razões para mudar nossas posições" (Adam Berry/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 20 de dezembro de 2014 às 11h35.

Berlim - O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Vitor Constancio, disse em entrevista a uma revista esperar que o índice de inflação na zona do euro se torne negativo nos próximos meses, mas que esse seria apenas um fenômeno temporário e que ele não vê o risco de deflação.

A taxa de inflação anual na zona do euro foi para 0,3 por cento em novembro, com a queda dos preços de energia.

No início de dezembro, o banco previu uma inflação de 0,7 por cento para 2015, mas Constancio disse à revista alemã WirtschaftsWoche que os preços do petróleo caíram mais 15 por cento desde então. Isso --ao mesmo tempo que deve estimular o crescimento e aumentar a inflação a longo prazo-- cria uma situação traiçoeira a curto prazo.

"Esperamos agora uma taxa de inflação negativa nos próximos meses, e isso é algo que todo banco central tem que monitorar de perto”, disse Constancio, conforme citação, numa entrevista que será publicada na segunda-feira.

No entanto, ele declarou que meses de uma inflação negativa não significam deflação: “Você precisa de índices negativos por um longo período para isso. Se é somente um fenômeno temporário, eu não vejo perigo.” Constancio declarou que a zona do euro não está em deflação e que também não há risco de deflação para todos os países que adotam a moeda comum. Ele acrescentou que a produtividade em alta para países como a Irlanda e a Espanha, pode, por exemplo, levar ao aumento de salários, o que se contraporia ao risco da deflação.

Ele afirmou que previsões do Fundo Monetário Internacional, da Comissão Europeia e da OCDE, de que as debilidades da zona do euro continuariam até 2018, significam que haverá movimentos para a queda da inflação até lá.

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