Economia

BCE vê impacto econômico "incerto" após eleição nos EUA

Segundo Constâncio, é possível que os países reajam com contramedidas se os EUA adotarem políticas protecionistas

BCE: "todos os dias lemos notícias contraditórias", afirmou o vice-presidente (Bloomberg)

BCE: "todos os dias lemos notícias contraditórias", afirmou o vice-presidente (Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de novembro de 2016 às 09h55.

Frankfurt - O Banco Central Europeu (BCE) alertou hoje sobre um impacto econômico "altamente incerto" do resultado da eleição presidencial dos EUA, incluindo possíveis correções nos preços de ativos e novas medidas protecionistas que podem prejudicar o comércio global.

Políticas econômicas a serem eventualmente adotadas pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump, "provavelmente se voltarão mais para dentro" e, como resultado, o déficit fiscal dos EUA poderá crescer em meio a isenções tributárias e maiores gastos em infraestrutura e defesa, ponderou o BCE em relatório sobre estabilidade financeira.

"Poderá haver medidas protecionistas ou não, todos os dias lemos notícias contraditórias", afirmou o vice-presidente do BCE, Vítor Constâncio, durante coletiva de imprensa.

Segundo Constâncio, é possível que os países reajam com contramedidas se os EUA adotarem políticas protecionistas, como tarifas sobre importações e outras restrições.

"É uma situação muito arriscada, num momento em que o comércio global já está muito fraco", disse Constâncio. "O comércio mundial e o crescimento vão sofrer."

Na avaliação do BCE, a economia da zona do euro, de 10 trilhões de euros (US$ 10,5 trilhões), poderá ser afetada por mudanças nas políticas americanas, via canais comerciais, e por efeitos causados por taxas de juros e expectativas de inflação mais altas nos EUA. Fonte: Dow Jones Newswires.

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