Economia

BCE segue crucial para impulsionar zona do euro, diz Draghi

Presidente do BCE ainda vê "significativo grau de incerteza" para a economia da zona do euro

Mario Draghi: "o BCE continuará a agir, como necessário, usando todos os instrumentos disponíveis" (Johannes Eisele/AFP)

Mario Draghi: "o BCE continuará a agir, como necessário, usando todos os instrumentos disponíveis" (Johannes Eisele/AFP)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de novembro de 2016 às 09h13.

Frankfurt - A recuperação econômica da zona do euro ainda depende em grande medida das medidas de estímulo do Banco Central Europeu (BCE), afirmou nesta sexta-feira o presidente da instituição, Mario Draghi. A declaração sugere que o banco central deve estender suas medidas de estímulo na reunião de política monetária no próximo mês.

"Nós não podemos ainda baixar a guarda", disse Draghi durante uma conferência bancária em Frankfurt. "O BCE continuará a agir, como necessário, usando todos os instrumentos disponíveis" até que a inflação acelere substancialmente, afirmou.

Draghi ainda vê "significativo grau de incerteza" para a economia da zona do euro e as políticas do BCE como ingrediente crucial para impulsionar a inflação.

Os dirigentes do BCE preparam-se para uma reunião importante em 8 de dezembro, onde esperam decidir se estendem a duração do pacote de compras de 80 bilhões de euros (US$ 85,5 bilhões) ao mês em bônus, conhecido como relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês). No cronograma atual, o programa termina em março.

Com as compras de bônus, o BCE espera reduzir as taxas de juros na economia da zona do euro, de 10 trilhões de euros, impulsionando assim os empréstimos, o crescimento e a inflação.

Apesar dos esforços, porém, o índice de preços ao consumidor foi de apenas 0,5% em outubro na comparação anual, bem abaixo da meta de quase 2% do BCE.

"Nós não vemos ainda um fortalecimento consistente da dinâmica subjacente de preços", advertiu Draghi, apontando que a inflação continua muito abaixo da meta. Ele disse que o BCE "está comprometido a preservar um grau muito substancial" de estímulo monetário.

Qualquer avanço na inflação precisa ser durável, advertiu, mesmo se o BCE decidir reduzir o estímulo monetário.

Draghi destacou alguns sinais positivos, como uma melhora no emprego e a dependência menor das exportações, que tornam a região menos vulnerável a choques externos.

Por outro lado, citou também riscos, como a incerteza geopolítica e os lucros fracos dos bancos.

Acompanhe tudo sobre:BCEMario DraghiUnião Europeia

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto