Escultura do euro em frente do BCE: banco informou estar pronto para comprar títulos de governos endividados, como Espanha e Itália (Kai Pfaffenbach/Reuters)
Da Redação
Publicado em 8 de novembro de 2012 às 11h09.
Frankfurt - O Banco Central Europeu (BCE) manteve sua principal taxa de juros em 0,75 por cento nesta quinta-feira, adiando qualquer redução nos custos de empréstimos enquanto avalia a extensão da desaceleração econômica da zona do euro e aguarda uma indicação para usar seu novo programa de compra de títulos.
O banco informou estar pronto para comprar títulos de governos endividados, como Espanha e Itália, uma vez que eles solicitarem o resgate europeu. Até agora, nenhum pedido foi feito, mas o anúncio por si só acalmou os mercados.
"Foi como esperado", disse o economista do JP Morgan Greg Fuzesi sobre a decisão. "Eles não tinha sinalizado nenhuma movimentação sobre a taxa para essa reunião." As atenções dos investidores vão agora se voltar para a entrevista à imprensa do presidente do BCE, Mario Draghi, às 11h30 (horário de Brasília).
"Com a entrevista à imprensa, em termos de política monetária é importante ver o que Draghi falará sobre as recentes notícias de crescimento, que foram de alguma forma decepcionantes", disse Fuzesi.
Pesquisa da Reuters havia mostrado 80 por cento de chance de o BCE manter a taxa de juros em 0,75 por cento nesta quinta-feira. Mas para os próximos meses, a maioria dos 73 analistas consultados espera um corte para a nova mínima recorde de 0,5 por cento.
Dados ruins indicaram nesta semana que a economia da zona do euro pode encolher no quarto trimestre. Como resposta, o BCE poderia reduzir as taxas de juros.
O próprio Draghi fez uma avaliação pessimista sobre a economia da zona do euro em discurso a banqueiros alemães na quarta-feira.
"O desemprego está deploravelmente alto", disse ele. "A atividade econômica geral está fraca e deve continuar fraca no curto prazo. E o crescimento da oferta de dinheiro e do crédito está reprimido".
Antes de tomar qualquer decisão de reduzir mais as taxas, o BCE irá se focar em garantir que sua taxa alcance empresas e famílias em toda a zona do euro, algo que enfrentou problemas com a crise da dívida.
O novo plano de compra de títulos --chamado Transações Monetárias Diretas (OMT, na sigla em inglês) --é a ferramenta escolhida pelo BCE, mas ela só poderá ser ativada quando um governo da zona do euro pedir ajuda do fundo de resgate do bloco.