Economia

BCE mantém juro a 1%, resistindo a pressões por ações

Com as medidas, o banco coloca o ônus sobre os governos para impulsionar o crescimento

Os mercados financeiros querem que o banco central aumente seus esforços para combater a crise por meio da compra de títulos do governo espanhol (Ralph Orlowski/Getty Images)

Os mercados financeiros querem que o banco central aumente seus esforços para combater a crise por meio da compra de títulos do governo espanhol (Ralph Orlowski/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de maio de 2012 às 09h51.

Barcelona - O Banco Central Europeu (BCE) manteve as taxas de juros em 1,0 por cento nesta quinta-feira e irá resistir aos pedidos para tomar mais ações a fim de enfrentar a crise da dívida da zona do euro, colocando o ônus sobre os governos para impulsionar o crescimento e evitar nervosismo sobre as medidas regionais de austeridade.

A polícia montou uma forte aparato do lado de fora do hotel onde formuladores de política econômica começaram a reunião de manhã, antes de protestos contra os cortes de gastos do governo espanhol, que são apoiados pelo BCE.

Os mercados financeiros querem que o banco central aumente seus esforços para combater a crise por meio da compra de títulos do governo espanhol, a fim de reduzir os custos de empréstimo para o país, que está em recessão e cujo desemprego é o dobro da média vista na Europa.

Mas provavelmente os integrantes do BCE vão elogiar os cortes feitos pela Espanha em vez de anunciar qualquer nova ação política -como recomeçar o programa de compra de ativos-, e espera-se que o banco central deixe as taxas de juros inalteradas no recorde de baixa de 1 por cento.

Os investidores irão se focar na questão sobre se o presidente do BCE, Mario Draghi, usará a coletiva de imprensa das 9h30 (horário de Brasília) para deixar a porta aberta para afrouxamento monetário caso a crise piore. O BCE nunca cortou sua taxa de juros para abaixo de 1,0 por cento.

"Nós esperamos que ele (Draghi) soe moderadamente 'dovish' e mais cauteloso em relação ao crescimento, pelo menos apontando para riscos emergentes de recessão novamente, mas não haverá sinais concretos sobre ações", disse o analista chefe do Nordea bank, Anders Svendsen.

"Por enquanto, ainda é muito cedo para o BCE alterar sua visão, mas o risco de um corte da taxa de juros durante o verão (no hemisfério norte) claramente aumentou", acrescentou Svendsen.

Acompanhe tudo sobre:BCECrises em empresasJuros

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto