Economia

BCE: inflação deve seguir alta por muito tempo, diz Christine Lagarde

Lagarde afirmou que a instituição vai manter as taxas em nível restritivo pelo tempo que for necessário para que a inflação volte à meta de 2%

Lagarde: 'Continuaremos a reagir aos dados mais recentes para determinar o nível do aperto necessário' (Alex Kraus/Getty Images)

Lagarde: 'Continuaremos a reagir aos dados mais recentes para determinar o nível do aperto necessário' (Alex Kraus/Getty Images)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 27 de julho de 2023 às 12h44.

Última atualização em 27 de julho de 2023 às 13h56.

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, destacou em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 27, que a inflação na zona do euro deve continuar elevada por muito tempo, por mais que tenha dado indícios de queda nos últimos dados. Segundo a presidente, os registros recentes têm apontado para uma queda nos preços mais adiante.

O que disse Lagarde?

Nesta quinta, a autoridade monetária elevou as três taxas de juro do bloco em 25 pontos-base. Lagarde afirmou que a instituição vai manter as taxas em nível restritivo pelo tempo que for necessário para que a inflação volte à meta de 2%.

"Continuaremos a reagir aos dados mais recentes para determinar o nível do aperto necessário", disse, após avaliar que as condições financeiras nos países têm pesado na demanda.

Christine Lagarde também afirmou que a economia da zona do euro deve esfriar no curto prazo. "Com uma demanda mais fraca, nossa perspectiva para atividade é menor", disse.

Ela pontua, porém, que o setor de serviços e o mercado de trabalho têm mostrado resiliência, embora os serviços tenham perdido impulso com a evolução da transmissão da política monetária. Nos próximos meses, a autoridade monetária aguarda uma desaceleração do setor.

Lagarde explicou que, para acelerar a transmissão da política monetária, o BCE optou por estabelecer a remuneração de reservas mínimas em 0%, e avaliou que mais medidas podem ser necessárias caso os governos dos países do bloco não retirem suas medidas de apoio fiscal fornecidas durante a crise energética deflagrada pela guerra na Ucrânia. "Os impactos da crise de energia já são bem mais suaves", pontuou.

'Neste momento, eu não diria que temos mais apertos monetários a percorrer', diz Lagarde

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, disse nesta quinta-feira, 27, em coletiva que, baseado no atual momento, não acredita que novos apertos monetários serão necessários. "Não estamos pensando em fazer demais, nosso objetivo é chegar à meta da inflação de modo sustentável", afirmou — e reforçou que a instituição tem sido cautelosa com os impactos que as medidas têm produzido e vão produzir no futuro.

Porém, ela destacou que ainda há países da zona do euro que têm inflação muito elevada, por isso a autoridade monetária mantém as possibilidades em aberto para as próximas reuniões, e que pode usar vários instrumentos de transmissão para trazer a inflação à meta de 2%. Lagarde avalia que o BCE pode sim fazer uma pausa na próxima reunião, em setembro, mas que isso não significa o fim do aperto monetário.

"Nossa esperança é de que a inflação irá à meta. Sabemos que estamos chegando mais perto disso, mas mantemos opções em aberto", ressaltou.

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