Economia

BCE defende apoio fiscal, mas diz que estímulo não pode ser excessivo

O economista-chefe do BCE avaliou que o euro e o sistema bancário têm mostrado grande capacidade de resistir à onda recessiva

Sede do Banco Central Europeu (BCE), em Frankfurt, na Alemanha 26/04/2018 REUTERS/ (Kai Pfaffenbach/Reuters)

Sede do Banco Central Europeu (BCE), em Frankfurt, na Alemanha 26/04/2018 REUTERS/ (Kai Pfaffenbach/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de dezembro de 2020 às 14h39.

O economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Philip Lane, voltou a defender estímulos fiscais à economia do bloco em meio à crise da covid-19. Desta vez, porém, ele alertou que o apoio precisa ser dosado e não pode ser "excessivo", considerando os riscos associados à contração de dívidas.

Em simpósio virtual organizado pelo BCE nesta terça-feira, 15, Lane fez um retrospecto da crise de 2008 e seus desdobramentos, quando muitos países da União Europeia tiveram de se endividar e depois, apresentaram dificuldade em reorganizar as contas públicas. "Os reguladores europeus tiveram papel importante para diminuir o nível da dívida", lembrou. "O atual contexto de juros baixos diminui o custo da dívida e abre espaço para mais gastos fiscais, mas é preciso ter cautela", acrescentou.

Sobre a crise trazida pela covid-19, o economista-chefe da autoridade monetária avaliou que o euro e o sistema bancário têm mostrado grande capacidade de resistir à onda recessiva. Por outro lado, o dirigente ainda vê um longo caminho para a consolidação da união bancária e da união monetária, pontos considerados por ele fundamentais para a resiliência da zona do euro em futuras crises. "Há muito a ser feito."

Questionado sobre o papel do BCE no combate às mudanças climáticas, Philip Lane contemporizou e atribuiu a responsabilidade às autoridades fiscais: O papel de um banco central é mais pelo lado do apoio", opinou.

Acompanhe tudo sobre:BCEUnião Europeia

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto