Economia

BCE começará a comprar bônus cobertos em meados de outubro

Banco central detalhou planos para compra de dívida com garantia, parte dos planos mais amplos para encorajar bancos a emprestarem mais e fortalecer a economia


	Mario Draghi: "medidas vão sustentar segmentos de mercado específicos que desempenham um papel fundamental"
 (Boris Roessler/AFP)

Mario Draghi: "medidas vão sustentar segmentos de mercado específicos que desempenham um papel fundamental" (Boris Roessler/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2014 às 12h16.

Nápoles - O Banco Central Europeu (BCE) detalhou nesta quinta-feira seus planos para compra de dívida com garantia, parte dos planos mais amplos para encorajar os bancos a emprestarem mais e fortalecer a economia da zona do euro.

O presidente do BCE, Mario Draghi, disse em entrevista à imprensa que o banco estará pronto para começar a comprar títulos cobertos em meados de outubro e títulos lastreados em ativos no quarto trimestre de 2014.

Os programas vão durar pelo menos dois anos, disse Draghi e, em conjunto com os novos empréstimos de longo prazo direcionados (TLTRO, na sigla em inglês) do BCE a bancos, "essas compras terão um impacto considerável no nosso balanço patrimonial".

"As novas medidas vão sustentar segmentos de mercado específicos que desempenham um papel fundamental no financiamento da economia", acrescentou.

Após uma adesão inicial decepcionante na primeira oferta de TLTROs no mês passado, os esforços do BCE para reacender o mercado de títulos lastreados em ativos entraram em maior foco. Muitos questionam, no entanto, se o pequeno mercado para este tipo de dívida na Europa, que alguns analistas dizem que poderia ser de apenas 250 bilhões de euros, pode desempenhar um papel decisivo na transformação dos empréstimos no bloco.

Títulos lastreados em ativos (ABS, na sigla em inglês) são uma opção de investimento que tem como base os empréstimos concedidos por bancos a empresas ou pessoas físicas, incluindo cartões de crédito e financiamento de veículos. Esses títulos são normalmente vendidos para outros bancos, mas têm sido cada vez mais comprados por seguradoras, fundos de pensões e, agora, até o BCE.

Bônus cobertos são instrumentos semelhantes, mas os ativos que os originam, tais como blocos de apartamentos, estão garantidos. Por isso se o banco vai à falência, os ativos ainda estão lá. Isso torna os bônus cobertos mais seguros do que o ABS, em que os empréstimos não são garantidos.

Acompanhe tudo sobre:BancosBCEEmpréstimosFinanças

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo