Economia

BCE começa a comprar dívida pública

Como o mandato do BCE o proíbe de financiar diretamente os Estados da zona do euro, estas compras são realizadas no mercado secundário da dívida

Nova sede do BCE, em Frankfurt: "o BCE e os bancos centrais do Eurosistema iniciaram, como foi anunciado, as compras no âmbito do programa de compra de dívidas do setor público" (Daniel Roland/AFP)

Nova sede do BCE, em Frankfurt: "o BCE e os bancos centrais do Eurosistema iniciaram, como foi anunciado, as compras no âmbito do programa de compra de dívidas do setor público" (Daniel Roland/AFP)

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Da Redação

Publicado em 9 de março de 2015 às 10h18.

Frankfurt - O Banco Central Europeu (BCE) anunciou nesta segunda-feira que iniciou a compra maciça de dívida pública nos mercados, no âmbito do programa destinado a reativar a economia da zona do euro.

"O BCE e os bancos centrais do Eurosistema iniciaram, como foi anunciado, as compras no âmbito do programa de compra de dívidas do setor público", anunciou a instituição monetária de Frankfurt na rede social Twitter.

Contactado pela AFP, um porta-voz do Bundesbank também confirmou que as equipes do banco central alemão estão "ativas nos mercados desde as 09h25 (05h25 de Brasília)".

Como o mandato do BCE o proíbe de financiar diretamente os Estados da zona do euro, estas compras são realizadas no mercado secundário da dívida. Os detalhes - os títulos adquiridos e o montante das primeiras transações - eram desconhecidos até o momento.

O presidente do BCE, o italiano Mario Draghi, anunciou na semana passada que o programa começaria nesta segunda-feira.

No fim de janeiro, a instituição monetária de Frankfrut decidiu injetar mais de 1 trilhão de euros até setembro de 2016 para reativar a economia e frear a queda da inflação na zona do euro, como o fizeram antes o Banco da Inglaterra ou o Federal Reserve americano.

Ao mês, o BCE planeja gastar 60 bilhões de euros neste programa conhecido como "expansão quantitativa" ou "QE".

Desde o início do ano, os preços caíram 0,6% em janeiro e 0,3% em fevereiro. Embora esta queda deva-se em grande parte à diminuição do preço do petróleo, os guardiões do euro temem que a economia da zona do euro entre em deflação, uma espiral infernal de queda de preços e salários da qual é difícil sair.

As medidas que o BCE anunciou vão melhorar o crescimento e "contribuir para levar a inflação a um nível inferior, embora próximo aos 2%", o objetivo do BCE em questão de inflação, disse Draghi.

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