A retirada do financiamento emergencial pode resultar em um calote do Chipre, o que poderia levar o país a sair da zona do euro (Yiannis Nissiotis/Reuters)
Da Redação
Publicado em 23 de março de 2013 às 09h52.
Helsinque - O Chipre pode se salvar de um colapso financeiro se fizer os ajustes necessários para reestruturar o setor bancário, informou neste sábado Erkki Liikanen, presidente do Banco da Finlândia e membro do conselho do Banco Central Europeu (BCE).
O risco de um crise no Chipre se tornou iminente na última terça-feira, quando o parlamento local rejeitou um controverso imposto sobre os depósitos bancários para captar 5,8 bilhões de euros (US$ 7,5 bilhões). A recusa fez os parlamentares cipriotas se esforçarem para elaborar um projeto alternativo para levantar capital, de modo a qualificar o país para um resgate internacional de 10 bilhões de euros.
"Hoje, a bola está inteiramente do lado cipriota", afirmou Liikanen em entrevista televisiva na Finlândia. "Eu espero que eles entendam a gravidade da situação e busquem as soluções corretas."
O tempo está se esgotando para o Chipre. O BCE disse que cortará o financiamento aos bancos cipriotas na segunda-feira. "O conselho decidiu na quinta-feira que seguirá com os financiamentos emergenciais até segunda-feira", observou o presidente do BC finlandês. "Até lá, os bancos precisam estar solventes de acordo com nossas regras. Não podemos continuar financiando bancos que estejam em falência. Agora é o momento para estabelecer um programa para tornar os bancos solventes novamente por meio de reestruturações e recapitalizações."
A retirada do financiamento emergencial pode resultar em um calote do Chipre, o que poderia levar o país a sair da zona do euro. "Estou confiante de que uma solução será encontrada e os cipriotas sabem que a participação em uma grande comunidade governada por lei e justiça é a melhor opção para eles", disse Liikanen. As informações são da Dow Jones.