Frankfurt - O Banco Central Europeu (BCE baixou nesta quinta-feira, surpreendentemente, as taxas de juros na Zona do Euro em 10 pontos básicos até o mínimo histórico de 0,05%, pela ameaça de deflação.
A instituição europeia informou em Frankfurt que também reduziu a facilidade marginal de crédito, pela qual empresta dinheiro aos bancos durante um dia, em 10 pontos básicos até 0,30%, com efeitos a partir de 10 de setembro.
Além disso, reduziu a facilidade de depósito, que remunera depósitos overnight em bancos centrais nacionais, na mesma quantidade até menos 0,20%, por isso que penaliza mais os bancos que depositem dinheiro no BCE.
O euro caiu com força um centavo de dólar e era cotado a US$ 1,3042, o mínimo dos últimos 13 meses, após conhecer a surpreendente redução das taxas de juros.
A Bolsa de Frankfurt e outros mercados de valores europeus reagiram com altas.
A inflação anualizada da Zona do Euro caiu em agosto um décimo até 0,3%.
O presidente do BCE, Mario Draghi, explicará detalhes da decisão e apresentará em entrevista coletiva durante a tarde as novas projeções macroeconômicas de crescimento e inflação da entidade para a Zona do Euro.
Os analistas preveem uma revisão à queda dos cálculos previstos em junho, que eram de um crescimento de 1% com uma inflação de 0,7% para este ano.
A Zona do Euro se estagnou no segundo trimestre do ano, frente ao primeiro, quando cresceu 0,2%.
O BCE tem como objetivo uma inflação em níveis inferiores, embora próximos a 2%.
Draghi tinha despertado grandes expectativas nos mercados após advertir em Jackson Hole (Wyoming) que as perspectivas de inflação baixaram.
No entanto, a maior parte dos analistas descartava que o BCE fosse reduzir o preço do dinheiro e pensava que a entidade esperaria para ver o efeito das medidas anunciadas em junho.
Mas no final, o BCE reagiu de forma agressiva com um novo corte de suas taxas de juros.
O Riksbank (banco central da Suécia) manteve sua taxa de juros de refinanciamento em 0,25%, após tê-la recortado de forma agressiva em julho, e o Banco da Inglaterra a deixou em 0,5%.
Draghi informará sobre a possibilidade do BCE comprar bônus de titulização de ativos de alta qualidade para ativar o mercado de crédito e deixar a porta aberta a uma expansão monetária maior em caso necessário, preveem os analistas da UniCredit.
-
1. Preços nas alturas
zoom_out_map
1/16 (Diego Giudice/Bloomberg)
São Paulo - A
inflação voltou a ser motivo de preocupação para o brasileiro. Apesar do crescimento baixo da economia e das tarifas controladas, ela continua perigosamente
perto do teto da meta (6,5%). É um número alto comparado ao dos países desenvolvidos (e da maior parte dos emergentes), mas não suficiente para colocar o país entre as maiores taxas do mundo. No top 15, há países em crescimento e em recessão, estáveis e em ebulição, da América Latina aos confins da Ásia. Os dados são do CIA World Factbook para o ano de 2013 com base em índices de preços ao consumidor - nem sempre oficiais. Veja a seguir:
-
2. 1. Síria: 59,1%
zoom_out_map
2/16 (Thaer Al Khalidiya/Reuters)
Por que a inflação é tão alta: a guerra civil que devasta o país desde 2011 já causou mais de 100 mil mortes, além de caos generalizado na economia. Moeda: libra síria Crescimento em 2013: não disponível
-
3. 2. Venezuela: 56,2%
zoom_out_map
3/16 (Meridith Kohut/Bloomberg)
Por que a inflação é tão alta: o governo tenta controlar preços, estoques e a troca por dólares ao mesmo tempo que continua injetando dinheiro na economia. O resultado: escassez de produtos básicos e uma inflação galopante - que pode ser
ainda maior que a divulgada.
Moeda: bolívar venezuelano
Crescimento em 2013: 1,6% (estimativa oficial)
-
4. 4. Malawi: 26,9%
zoom_out_map
4/16 (Wikimedia Commons)
Por que a inflação é tão alta: com baixo nível de reservas internacionais, o país tem batalhado para manter a taxa de câmbio estável e os preços controlados desde que a moeda perdeu metade do seu valor em meados de 2012 Moeda: kwacha do Malawi Crescimento em 2013: 6,1% (estimativa oficial)
-
5. 5. Sudão: 25%
zoom_out_map
5/16 (Getty Images)
Por que a inflação é tão alta: há cerca de uma década, o país sofre com conflitos armados entre a população árabe e não-árabe, o que levou à caos econômico e o desmembramento do país em 2011, com a criação do Sudão do Sul Moeda: dinar sudanês Crescimento em 2013: 3,9% (est.)
-
6. 6. Argentina: 20,8%
zoom_out_map
6/16 (Julian Finney/Getty Images)
Por que a inflação é tão alta: política fiscal generosa, desvalorização do peso e o intervencionismo de Cristina Kirchner são as causas da inflação argentina. De acordo com o governo, ela foi de 10,9% em 2013, mas consultorias privadas estimam
um número no mínimo duas vezes maior.
Moeda: peso argentino
Crescimento em 2013: 3%
-
7. 7. Bielorrússia: 19%
zoom_out_map
7/16 (Getty Images)
Por que a inflação é tão alta: a economia crescia muito até a crise de 2008. Com a piora das condições, o governo promoveu uma política monetária e fiscal expansionista - o que ajudou a desvalorizar a moeda e pressionar a inflação Moeda: rublo bielorusso Crescimento em 2013: 0,9%
-
8. 8. Eritreia: 13%
zoom_out_map
8/16 (Wikimedia Commons)
Por que a inflação é tão alta: o país se separou da Etiópia em 1993 e sua economia é basicamente de agricultura de subsistência. As poucas empresas privadas tem ligação forte com o governo, que gera déficits constantes por causa do alto gasto militar. Moeda: nafka Crescimento em 2013: 7% (est.)
-
9. 9. Guiné: 11,9%
zoom_out_map
9/16 (Seyllou/AFP Photo)
Por que a inflação é tão alta: o país é rico em recursos naturais mas tem baixo nível de desenvolvimento. Em 2013, a Guiné sofreu com episódios de violência política na expectativa da primeira eleição parlamentar em 5 anos, realizada em setembro. Moeda: franco da guiné Crescimento em 2013: 2,6% (est. oficial)
-
10. 10. Iêmem: 11,8%
zoom_out_map
10/16 (Getty Images)
Por que a inflação é tão alta: a inflação no Iêmem foi de 25% em outubro de 2011 para 5,5% em novembro de 2012, mas voltou a crescer impulsionada pelo aumento do preço de tabaco e do khat, uma planta estimulante consumida por grande parte da população Moeda: rial iemenita Crescimento em 2013: 5,4% (est. oficial)
-
11. 11. Serra Leoa: 11,1%
zoom_out_map
11/16 (Getty Images)
Por que a inflação é tão alta: o país está reconstruindo sua economia depois de mais de uma década de guerra civil. O crescimento é alto, mas os desequilíbrios também. A boa notícia é que a inflação já está em trajetória de queda. Moeda: leone Crescimento em 2013: 13,3% (est.)
-
12. 12. Gana: 11%
zoom_out_map
12/16 (SXC.Hu)
Por que a inflação é tão alta: o cedi foi uma das moedas que mais desvalorizaram no ano passado. Além disso, o governo passou a remover subsídios ao petróleo, que é basicamente importado, o que ajudou a aumentar os preços da gasolina e dos transportes. Moeda: cedi do gana Crescimento em 2013: 7,1%
-
13. 13. Butão: 11%
zoom_out_map
13/16 (Tgyeltshen/ WikimediaCommons)
Por que a inflação é tão alta: o Butão é um pequeno país asiático de apenas 700 mil habitantes, altamente dependente da Índia e com a economia baseada principalmente na agricultura e recursos florestais. Moeda: ngultrum e rupia indiana Crescimento em 2013: 6,5%
-
14. 14. Uzbequistão: 10,1%
zoom_out_map
14/16 (Getty Images)
Por que a inflação é tão alta: o país herdou vários tipos de controle econômico do seu passado soviético. A inflação tem sido pressionada por gastos do governo, depreciação da moeda e aumentos controlados de tarifas que estavam represadas havia muito tempo. Moeda: som uzbeque Crescimento em 2013: 8%
-
15. 15. Índia: 9,6%
zoom_out_map
15/16 (Wikimedia Commons / Kolkatan)
Por que a inflação é tão alta: o centro do problema são alimentos, que aumentam de preço tanto do lado da demanda - por causa do crescimento da renda rural - quanto pelo lado da oferta - por causa de problemas de estoque, clima e políticas do governo. Moeda: rupia indiana Crescimento em 2013: 4,5%
-
zoom_out_map
16/16 (Bloomberg)