Economia

BCE aponta riscos que estímulos impõem à estabilidade financeira

Segundo relatório publicado nesta quarta, juros baixos sustentam a atividade econômica, mas também têm incentivado excessiva tomada de riscos

BCE: em setembro, o banco anunciou um amplo pacote de estímulos monetários (Kai Pfaffenbach/Reuters)

BCE: em setembro, o banco anunciou um amplo pacote de estímulos monetários (Kai Pfaffenbach/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de novembro de 2019 às 08h46.

O Banco Central Europeu (BCE) alertou sobre possíveis efeitos colaterais de sua política monetária ultra-acomodatícia, ao destacar que anos de medidas de estímulos destinadas a impulsionar a economia da zona do euro estão contribuindo para a deterioração da estabilidade financeira.

Segundo relatório bianual sobre estabilidade financeira publicado pelo BCE nesta quarta-feira, juros baixos sustentam a atividade econômica, mas também têm incentivado excessiva tomada de riscos por instituições financeiras não bancárias e em alguns mercados imobiliários.

"Embora o ambiente de taxas de juros baixas sustente a economia de modo geral, também notamos um aumento na tomada de riscos, o que exige monitoração constante e de perto," afirmou em comunicado o vice-presidente do BCE, Luis de Guindos.

Em setembro, o BCE anunciou um amplo pacote de estímulos monetários, que incluiu o primeiro corte de juros desde 2016 e a retomada de seu programa de compras de ativos - conhecido como QE - a partir do início de novembro, numa tentativa de impulsionar o crescimento e a inflação na zona do euro.

No relatório de hoje, o BCE identificou quatro vulnerabilidades principais para a estabilidade financeira da zona do euro: a precificação incorreta de alguns ativos financeiros; o alto endividamento público e privado em vários países; a menor capacidade de intermediação dos bancos, em função de uma perspectiva de lucratividade contida; e o aumento da tomada de riscos no setor financeiro não bancário.

Acompanhe tudo sobre:BancosBCEEuropaZona do Euro

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo