Economia

BC vê ritmo mais modesto na expansão de emergentes

Para a instituição, a China está entre os que já sinalizaram um crescimento mais moderado

Ministro brasileiro Fernando Pimentel, ministra russa Elvira Nabiullina, ministro indiano Anand Sharma, ministro chinês Chen Deming e o ministro sul-africano Rob Davies em Nova Délhi (Vijay Mathur/Reuters)

Ministro brasileiro Fernando Pimentel, ministra russa Elvira Nabiullina, ministro indiano Anand Sharma, ministro chinês Chen Deming e o ministro sul-africano Rob Davies em Nova Délhi (Vijay Mathur/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de março de 2012 às 10h19.

Brasília - O Banco Central (BC) chama atenção no Relatório de Inflação, divulgado nesta quinta-feira, para o fato de que cresceu a percepção de que as grandes economias emergentes entraram num ciclo de ritmo mais moderado no padrão de crescimento. O BC não cita os países, mas a China está entre os que já sinalizaram um crescimento mais moderado.

O cenário utilizado pelo BC para fazer as suas previsões de inflação contempla baixo crescimento da atividade global, por um período de tempo prolongado. "De fato, nas economias maduras, em diversos casos o ambiente econômico já é recessivo", diz o BC no Relatório Trimestral de Inflação. O BC ressalta que se acumulam evidências que apoiam a visão de que os desenvolvimentos externos são de grande complexidade e se transmitem para a economia brasileira por diversos canais.

Nos Estados Unidos, se por um lado existe percepção mais benigna em relação à atividade econômica (ainda que para o curto prazo), por outro lado há riscos originados, por exemplo, da recente alta nos preços do petróleo e de um cenário de contenção fiscal neste e nos próximos anos. Na avaliação do BC, na Zona do Euro eventos recentes indicam postergação de uma solução definitiva para a crise financeira. "Assim, a região continua com perspectiva de redução ou de baixo crescimento da atividade", enfatiza o BC. De acordo com o relatório, as perspectivas para o crescimento de importantes economias emergentes também ficaram menores. E pior: em casos específicos, apresentam-se como desenvolvimentos duradouros.

Por isso, o BC avalia que permanecem elevadas as chances de que restrições às quais hoje estão expostas diversas economias maduras se prolonguem por um período de tempo maior do que o antecipado. Esse cenário deve ocorrer porque nessas economias as taxas de desemprego se encontram bastante elevadas e os preços dos ativos sofreram perdas substanciais. Além disso, o mercado de crédito permanece fragilizado e a confiança de empresários e consumidores continua baixa. O BC considerou no seu cenário uma "dinâmica relativamente benigna" dos preços das commodities nos mercados internacionais.

Juros

O BC manteve no Relatório de Inflação a avaliação de que há elevada probabilidade de a taxa Selic cair para um patamar "ligeiramente" acima dos mínimos históricos. E nesses patamares se estabilizar. O mínimo histórico é de 8,75%. Para o BC, tem contribuído para a redução das taxas de juros domésticas, inclusive da taxa neutra, o aumento na oferta de poupança externa e a redução no seu custo de captação. Na avaliação do BC, esses são desenvolvimentos de caráter permanente.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralBricsCrescimento econômicoDesenvolvimento econômicoMercado financeiroPaíses emergentes

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto