Economia

BC vê inflação abaixo da meta em 2017 e sinaliza juros menores

Banco Central calcula alta do IPCA em 2,8 por cento em 2017 e de 4,2 por cento em 2018 pelo cenário de mercado

Banco Central: meta de inflação deste e do próximo ano é de 4,5 por cento, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos (Arquivo/Exame/EXAME.com/Site Exame)

Banco Central: meta de inflação deste e do próximo ano é de 4,5 por cento, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos (Arquivo/Exame/EXAME.com/Site Exame)

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Reuters

Publicado em 21 de dezembro de 2017 às 09h14.

Brasília - Ao mesmo tempo em que passou a ver maior crescimento econômico, o Banco Central reduziu novamente suas expectativas sobre a inflação neste ano, ainda mais abaixo da meta oficial, e manteve a sinalização de que deve continuar reduzindo os juros básicos no início de 2018.

Agora, o BC calcula alta do IPCA em 2,8 por cento em 2017 e de 4,2 por cento em 2018 pelo cenário de mercado, sobre 2,9 e 4,2 por cento, segundo o Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira. A meta de inflação deste e do próximo ano é de 4,5 por cento, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

O BC manteve as ressalvas sobre a condução da política monetária, ao pontuar que uma nova redução moderada para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em fevereiro, é adequada neste momento, mas "é mais suscetível a mudanças na evolução do cenário e seus riscos que nas reuniões anteriores".

E voltou a dizer que "para frente, o Comitê entende que o atual estágio do ciclo recomenda cautela na condução da política monetária", enfatizando a mensagem de liberdade de ação para decidir os próximos passos da política monetária.

Para agentes do mercado, a preocupação com as reformas, especialmente com a da Previdência, é o que norteia a postura da autoridade monetária.

O mercado aposta em corte de 0,25 ponto na taxa básica de juros em fevereiro, após redução de 0,5 ponto percentual feita neste mês e que levou a Selic ao seu menor nível histórico, de 7 por cento.

"Acho que veio muito em linha com o que já tinha sido divulgado... Continuo esperando queda de juros de 0,25 ponto em fevereiro, com a taxa ficando estável para o resto do ano", afirmou a economista-chefe da Rosenberg Associados, Thaís Zara.

Sem a mudança nas regras para aposentadoria, cuja votação ficou para fevereiro na Câmara dos Deputados, há a crença de que o BC poderá limitar os cortes nos juros.

"Persistem riscos de que uma frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira afete prêmios de risco e eleve a trajetória da inflação no horizonte relevante para a política monetária", trouxe o BC no relatório.

Para 2019 e 2020, o BC manteve no relatório a expectativa de um IPCA em 4,2 por cento e 4,1 por cento, respectivamente, ao redor da meta nos dois casos. Em 2019, o centro da meta de inflação é de 4,25 por cento e em 2020, de 4,0 por cento, sempre com banda de 1,5 ponto percentual.

Atividade

O BC também melhorou sua expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano a 1 por cento, contra 0,7 por cento antes, e a 2,6 por cento no ano que vem, contra 2,2 por cento.

Mesmo assim, os números seguem mais modestos que um crescimento na atividade esperado pelo ministério da Fazenda de 1,1 por cento para este ano e de 3,0 por cento para o próximo.

Segundo o BC, a melhora para 2017 tem como pano de fundo a expectativa de produção agropecuária mais forte, com expansão de 12,8 por cento, sobre 12,1 por cento antes, como resultado da enorme safra registrada no país e que ajudou a reduzir os preços dos alimentos.

Além disso, o BC também vê crescimento superior no setor de serviços (de 0,3 por cento, sobre 0,1 por cento antes) e maior consumo das famílias, com crescimento de 1,2 por cento, sobre 0,4 por cento calculado até então.

O ajuste no PIB de 2018, por sua vez, está "em linha com a retomada gradual da atividade econômica ao longo do ano e com as perspectivas de sua continuidade nos próximos trimestres". O BC destacou que, no próximo ano, espera expansão maior da indústria (2,9 por cento, sobre 2,6 por cento) e do consumo das famílias (3 por cento, contra 2,5 por cento).

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