Alimentos: diante da persistência de pressões inflacionárias, o BC elevou novamente na semana passada a taxa básica de juros Selic (Dado Galdieri/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 7 de maio de 2015 às 09h55.
Brasília - O Banco Central afirmou que as decisões futuras de política monetária serão tomadas para assegurar a convergência da inflação para a meta de 4,5 por cento ao final de 2016, retirando a menção em ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que isso ocorreria ao longo do próximo ano.
No texto divulgado nesta quinta-feira, a autoridade monetária assinalou que tem se fortalecido o cenário de arrefecimento da alta dos preços no fim do ano que vem, ressalvando, por outro lado, que os avanços obtidos no combate à inflação ainda não se mostram suficientes.
"Nesse contexto, o Copom reafirma que a política monetária deve manter-se vigilante", trouxe a ata. Diante da persistência de pressões inflacionárias, o BC elevou novamente na semana passada a taxa básica de juros Selic em 0,5 ponto percentual, chegando a 13,25 por cento ao ano, apesar das perspectivas de retração da economia.
Na ata do Copom, o BC reajustou para cima a estimativa de avanço nos preços administrados em 2015 para 11,8 por cento, ante 10,7 por cento anteriormente, passando a ver uma alta de 9,8 por cento na gasolina, contra percentual de 8 por cento indicado na última ata.
Para a energia elétrica, que vem exercendo forte influência sobre a escalada de preços, o BC manteve a projeção de alta de 38,3 por cento no ano.
O BC também piorou ligeiramente a perspectiva para os preços administrados em 2016, passando a ver alta de 5,3 por cento contra patamar de 5,2 por cento considerado em reunião do comitê em março.
Autoridades do BC já vinham dizendo que consideravam factível a convergência da inflação para o centro da meta, de 4,5 por cento, no fim de 2016.
Por ora, os preços seguem em trajetória ascendente, apesar do aperto monetário iniciado em outubro do ano passado. Em março, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou a alta a 1,32 por cento e alcançou em 12 meses o nível de 8,13 por cento.
O IPCA de abril será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira e a expectativa, segundo pesquisa Reuters, é que o dado mostre desaceleração na inflação mensal, mas avanço no acumulado em 12 meses.
Para o ano, economistas preveem IPCA de 8,26 por cento, conforme pesquisa Focus do BC divulgada segunda-feira.
*Atualizado às 9h55