Economia

BC diz que inflação alta ainda não permite reduzir juros

Pela ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta quinta-feira, o BC também argumentou que há incertezas no campo fiscal


	Sede do Banco Central em Brasília: o cenário de referência leva em consideração o dólar constante a 3,60 reais e a Selic em 14,25%
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Sede do Banco Central em Brasília: o cenário de referência leva em consideração o dólar constante a 3,60 reais e a Selic em 14,25% (REUTERS/Ueslei Marcelino)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de junho de 2016 às 11h18.

Brasília - O Banco Central reduziu a projeção de inflação para 2017, passando a vê-la no centro da meta de 4,5%, ao mesmo tempo em que piorou sua perspectiva de alta dos preços para 2016 e reforçando que não há espaço para redução da taxa básica de juros.

Pela ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta quinta-feira, o BC também argumentou que há incertezas no campo fiscal e que atrapalham as expectativas.

"Ressalte-se a importância de se garantir uma trajetória de resultados primários que permita a estabilização e a posterior redução do endividamento público em relação ao PIB, medida crucial para reforçar a percepção positiva sobre o ambiente econômico, para melhorar a confiança dos agentes e para contribuir para a ancoragem das expectativas de inflação", trouxe a ata Na semana passada, o BC manteve a Selic em 14,25% ao ano, mesmo patamar desde julho de 2015, na última reunião com Alexandre Tombini à frente da autoridade monetária. O atual presidente, Ilan Goldfajn, assumiu o posto há uma semana e, por isso, a ata ainda não reflete sua gestão.

O BC informou que, pelo cenário de referência, elevou suas estimativas para a inflação em 2016 e que ela continua acima do centro da meta, 4,5% pelo IPCA. Para 2017, por outro lado, cotou suas contas, projetando que a inflação fique no centro do objetivo.

O cenário de referência leva em consideração o dólar constante a 3,60 reais e a Selic em 14,25%.

A ata repetiu também que o BC adotará as medidas necessárias para levar a inflação ao limite de tolerância da meta em 2016 --de 4,5%, com margem de dois pontos para mais ou menos--, fazendo-a convergir para o centro do alvo em 2017.

Em seus dois discursos públicos até agora, Ilan não especificou o horizonte de tempo para que a meta volte ao centro da meta, mesmo reforçando que seu objetivo é que isso aconteça.

Em maio, a inflação medida pelo IPCA voltou a acelerar, acumulando alta de 9,32% em 12 meses. Na mais recente pesquisa Focus realizada semanalmente pelo BC com uma centena de economistas, a projeção é que encerrará o ano em 7,19% e 2017 a 5,5%.

O BC reiterou na ata que "o nível elevado da inflação em doze meses e as expectativas de inflação distantes dos objetivos do regime de metas não oferecem espaço para flexibilização da política monetária". Também acrescentou que o IPCA vem sendo influenciado por "choques temporários de oferta no segmento de alimentação".

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCopomEstatísticasIndicadores econômicosInflaçãoJurosMercado financeiroSelic

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto