Presidente do Fed de Dallas, Richard Fisher: executivo disse que o Brasil não soube usar o dinheiro fácil do banco central americano de forma eficiente (Andrew Harrer/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 19 de maio de 2014 às 20h44.
Brasília - Luiz Awazu Pereira, diretor de Assuntos Internacionais e de Regulação do Banco Central, rebateu as críticas do presidente do Federal Reserve de Dallas, Richard Fisher, que afirmou nesta segunda-feira, 19, que o Brasil desperdiçou uma "enorme oportunidade" criada pelas políticas de relaxamento monetário do Federal Reserve.
Ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, ele disse que faltam dados mais detalhados para que Fisher possa julgar como o Brasil utilizou as condições de relaxamento monetário dos Estados Unidos.
O executivo do Fed, em painel de discussão com o presidente do Fed de São Francisco, John Williams, disse que o Brasil não soube usar o dinheiro fácil do banco central americano de forma eficiente. Awazu discorda da avaliação.
"Estão faltando dados mais detalhados para o presidente do Federal Reserve de Dallas, Richard Fisher julgar como o Brasil utilizou as condições de relaxamento monetário nos EUA", disse.
"O Brasil foi prudente, fortaleceu suas reservas internacionais, evitou em 2011 e 2012 o excesso de exuberância, assim como agora em 2013 e 2014 o de pessimismo", ponderou.
Awazu defendeu a forma como o Brasil tem atuado diante dos problemas econômicos globais e afirmou que o país tem participado de debates no G20 sobre os efeitos colaterais de políticas que têm sido adotadas pelos países avançados para resolver seus problemas econômicos.
"Crescemos apesar das turbulências, tivemos entradas importantes de investimento direto estrangeiro, a nossa taxa de desemprego se reduziu e nossos indicadores sociais apresentaram melhora substancial", disse.
"Mantivemos a estabilidade de preços e financeira em um período complexo, e sempre desenvolvemos no G20 discussões construtivas e sem pré-julgamento apressado e com serenidade sobre a necessidade de coordenação dos efeitos colaterais dessas políticas dos países avançados."