Luiz Awazu: BC agirá segundo desdobramentos de determinadas circunstâncias nos próximos meses, diz (Antonio Cruz/ABr)
Da Redação
Publicado em 15 de dezembro de 2014 às 14h28.
Rio - O Banco Central fará o necessário para que o processo de convergência da inflação para a meta estipulada pelo governo se dê no horizonte de 2016, afirmou Luiz Awazu Pereira, diretor de Regulação do Sistema Financeiro e de Assuntos Internacionais do BC.
"Para isso (o BC) deverá mirar ao longo de 2015 para uma trajetória que deverá ser compatível com a maior probabilidade possível de se atingir essa meta em 2016", declarou Awazu nesta segunda-feira, 15, durante o seminário "Reavaliação do Risco Brasil", no Rio de Janeiro.
Segundo o diretor, a autoridade monetária agirá de acordo com os desdobramentos de determinadas circunstâncias nos próximos meses.
"A caracterização da maneira como isso se dará terá de ser fruto das circunstâncias que vão necessariamente ocorrer ao longo dos próximos meses. Mas o objetivo é fundamental, a convergência da inflação para a meta, fazer o que for necessário para que isso aconteça em 2016", disse o diretor do BC.
No mesmo seminário, Sebastian Briozzo, diretor sênior da Standard & Poor's, avaliou que é preciso que o controle inflacionário tenha auxílio tanto da política monetária quanto da fiscal.
"Uma coisa não está isolada da outra", disse Briozzo. "A gente vê a política macroeconômica como um todo. O Banco Central tem de fazer o seu trabalho, a meta explícita é do BC. Mas não pode ser enxergado isolado do que é feito no fiscal", completou.
Segundo ele, a inflação precisa ser tratada no contexto de uma política macroeconômica.
Diante dos comentários de participantes do seminário de que apenas o esforço do BC pode não ser suficiente para o arrefecimento da inflação, Awazu repetiu: "Nós fazemos, da nossa parte, tudo o que será necessário para trazer a inflação à meta de 4,5% ao ano no horizonte de 2016".
Transparência
Briozzo disse também, durante o seminário, que a Standard & Poor's não espera um ajuste fiscal rápido para o ano que vem no Brasil, mas precisa ver com transparência uma melhora nas contas públicas.
"Não estamos esperando um ajuste fiscal rápido. O que precisamos ver é que o ajuste é transparente", disse Briozzo, ao responder uma pergunta sobre a transição de modelo de política econômica que deverá ser feita pela nova equipe do governo.