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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.
Brasília - O chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Altamir Lopes, informou hoje que o prazo médio das operações de crédito com recursos livres atingiu, em abril, 404 dias corridos. O resultado é recorde para a série histórica do BC, iniciada em julho de 1994. O prazo médio das operações com pessoa física também atingiu nível recorde, de 538 dias.
Em março, o prazo médio geral do crédito livre estava em 399 dias e, em abril do ano passado, em 366 dias. Na pessoa física, o prazo médio em março foi de 531 dias corridos e, em abril de 2009, de 491 dias. Para a pessoa jurídica, o prazo médio ficou em 287 dias em abril - um dia a mais do que em março. Em abril de 2009, o prazo médio para as empresas foi de 273 dias corridos.
Segundo Altamir, a alta no prazo médio tem sido puxada pelo financiamento imobiliário. Em abril, essas operações para pessoa física tiveram em média o nível recorde de 3.578 dias corridos, ante 3.537 dias em março. Em abril de 2009, o crédito imobiliário para as famílias tinha prazo médio de 2.851 dias.
No segmento pessoa jurídica, o crédito de imóveis - que tem muita relação com os investimentos realizados pelas empresas - atingiu o pico da série do BC, com 2.145 dias corridos, ante 2.085 dias em março e 1.722 dias em abril de 2009.
O financiamento de veículos também tem ampliado seus prazos. Na média, atingiu o nível recorde da série, com 623 dias corridos. Em março, essa modalidade teve em média prazo de 618 dias e, em abril do ano passado, de 575 dias.
Dias úteis
Altamir Lopes explicou ainda que a forte queda de 8,7% nas concessões acumuladas de crédito livre em abril, em relação a março, deve-se ao fato de o mês passado ter tido três dias úteis a menos que o anterior. Ele destacou que, ao se observar a média diária de concessões, o movimento é de alta. Em abril, a média diária subiu 5%. A média de novos empréstimos para pessoa jurídica subiu 5,2% e a para pessoa física registrou avanço de 4,6%.
Aceleração
O chefe do Departamento Econômico do BC afirmou esperar que os bancos privados acelerem o ritmo de crescimento do crédito, enquanto os bancos públicos tenham uma perda de ritmo. Atualmente, segundo ele, as instituições financeiras públicas acumulam em 12 meses uma expansão de 29,5%, enquanto os privados nacionais registram alta de 14,9%. Os estrangeiros acumulam aumento de 1,3%.
No fim do ano, Altamir acredita que os bancos públicos terão acumulado alta de 23% - uma desaceleração, portanto, em relação ao nível atual -, mesma taxa prevista para as instituições privadas. Para os privados estrangeiros, o BC trabalha com crescimento de 8% no ano. "Vai-se observar uma ação mais forte dos bancos privados nacionais e estrangeiros, o que deve dinamizar o crédito livre", afirmou.