Ilan Goldfajn: Brasil está menos vulnerável a choques externos, segundo presidente do BC (Adriano Machado/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 7 de março de 2017 às 07h48.
São Paulo, 07 - O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, disse na noite dessa segunda-feira que o estoque de swaps cambiais foi reduzido de US$ 108 bilhões para US$ 22 bilhões, o que "traz mais conforto".
Ele acrescentou, porém, que isso não significa que a autarquia não voltará a diminuir o tamanho do estoque de swaps cambiais no futuro.
Durante discurso proferido durante premiação dada a Goldfajn na capital paulista pela Universidade Hebraica de Jerusalém, o presidente do BC comentou que, em meio a um cenário de incertezas na economia internacional, o Brasil está menos vulnerável a choques externos.
Ao citar exemplos que confirmam esse quadro, lembrou da situação que classificou como "confortável" do balanço de pagamentos do País e do estoque de reservas internacionais que ultrapassa US$ 370 bilhões.
Segundo Goldfajn, o regime de câmbio flutuante seguirá como a primeira linha de defesa contra choques externos, mas isso não impede o BC de usar instrumentos à disposição para evitar volatilidade cambial excessiva.
Ele citou as incertezas relacionadas à implementação e consequentes repercussões externas da política econômica do presidente Donald Trump nos Estados Unidos.
Por outro lado, assinalou que em outras regiões do mundo, incluindo a Europa, poderão ser registrados efeitos positivos no crescimento, com menores impactos para a política monetária.
Tal combinação, disse Goldfajn, tende a fortalecer o dólar e colocar maior pressão nas taxas de juros americanas.
O presidente do BC comentou também que, a despeito das incertezas, tanto os Estados Unidos quanto outras economias avançadas estão se recuperando, de forma que não se pode descartar a possibilidade de um cenário global mais favorável ao crescimento.
Nesse contexto, ressaltou, os preços das commodities podem continuar se valorizando, contribuindo para acelerar a recuperação econômica das economias exportadoras de petróleo.