Roberto Campos Neto durante entrevista 7/4/2020. (Adriano Machado/Reuters Business)
Reuters
Publicado em 25 de junho de 2020 às 13h31.
Última atualização em 25 de junho de 2020 às 13h32.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira que a mensagem da autoridade monetária não é de "forma alguma" que a meta de inflação está sendo abandonada ou sendo olhada de uma forma diferente.
Em coletiva virtual de imprensa, ele afirmou que a mensagem que o BC procura dar é que a política monetária está estimulativa. Sobre o crescimento econômico, o viés da autarquia é hoje mais otimista em relação à projeção traçada, ao contrário da visão adotada no último Comitê de Política Monetária (Copom), complementou.
"Temos mencionado um movimento em duas direções. De um lado, a parte do distanciamento gerando poupança precaucionária e, de outro lado, o estímulo dos programas e de tudo que tem sido feito, nós mencionamos também que isso gera uma pequena assimetria", afirmou Campos Neto.
"Acho que a gente procurou colocar na mensagem os dois lados, falar sobre o balanço de riscos e sobre a assimetria."
A volatilidade do câmbio no Brasil está um pouco maior, mas isso não significa que está piorando consistentemente, disse nesta quinta-feira o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
"Nos dias de melhora tem melhora maior e nos dias de piora também tem uma piora maior", afirmou ele, em coletiva virtual de imprensa.
O presidente do BC atribuiu parte dessa volatilidade ao fato de o real ser uma moeda de mercado emergente que tem muita liquidez. Por conta disso, os investidores procuram hedge quando têm algum tipo de problema.
"Tem tido entrada e saída grande nesse sentido. A gente vê, por exemplo, que parte da volatilidade que vimos recentemente é gerada por notícias externas", pontuou ele.
Campos Neto afirmou que o BC está de olho nesse movimento, reconhecendo que ele acaba tendo consequências no operacional para o setor real.
A despeito disso, Campos Neto avaliou que a atuação da autoridade monetária tem sido bem sucedida no mercado cambial, frisando que a forma de intervir do BC não é para estabelecer nenhuma banda de câmbio ou limite.
"É mais para suprir gaps de liquidez e às vezes nós entendemos que existe uma precificação relativa que está disfuncional e acaba contaminando outros mercados", afirmou.