Economia

'BC já vê 2011 como um caso perdido', diz presidente do IBEF

Para os executivos de finanças, a luta do BC agora é para não deixar a inflação escapar no ano que vem

Para os especialistas, o BC se deu por vencido em 2011 e tenta conter inflação do ano que vem (Gustavo Lima/Agência Câmara)

Para os especialistas, o BC se deu por vencido em 2011 e tenta conter inflação do ano que vem (Gustavo Lima/Agência Câmara)

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Da Redação

Publicado em 8 de junho de 2011 às 22h13.

São Paulo - O Banco Central (BC) já está com a cabeça em 2012. Para o presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças de São Paulo (IBEF-SP), Keyler Rocha, o aumento de 0,25 ponto percentual na taxa Selic, não tem mais efeito para segurar a inflação em 2011.

“O BC já deu o ano como perdido. A inflação oficial vai fechar o ano em torno de 6%. Agora o jeito é ver se, em 2012, a inflação volta para a meta de 4,5%”, afirma o executivo. Por enquanto, as expectativas do mercado confirmam o discurso de Rocha. Na última segunda-feira (6), o Boletim Focus, do BC, mostrou que as projeções do mercado para a inflação em 2011 caíram pouco, passando de 6,23% para 6,22%.

Ao divulgar a alta da Selic, o Banco Central emitiu nota afirmando que, por enquanto, a melhor estratégia é a de “ajustes monetários por um período prolongado”. Para o presidente do IBEF, isto é sinônimo de que haverá pelo menos mais duas altas de 0,25 ponto percentual ainda este ano.

Segundo Cláudio Shikida, coordenador do Centro de Estudos de Política Monetária do Ibmec, é como se a autoridade monetária assinasse uma espécie de confissão de que errou ao promover aumentos mais brandos da Selic no começo do ano. Ele acredita que aumentos graduais como o desta quarta-feira (8) não são suficientes para controlar a inflação, mesmo que alguns preços já comecem a cair.

“O presidente do Banco Central não tem sido tão enfático quanto os anteriores no combate à inflação. E, como no ano que vem, a liderança do banco ainda será a mesma, não vejo tantas razões para otimismo.”, diz.

Para ele, Alexandre Tombini tem uma postura de concordar com as opiniões do governo sobre como deve ser a política econômica. “O problema é que o governo anda na direção contrária à da política de aumento dos juros. Enquanto o Banco Central pratica aperto monetário, o governo gasta, aumenta a arrecadação, e gasta ainda mais.”

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