Ilan: "Uma vez que a inflação sobe no Brasil para baixar é bem mais difícil" (Lula Marques/Bloomberg)
Reuters
Publicado em 25 de outubro de 2016 às 22h13.
São Paulo - O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou nesta terça-feira que a política monetária só deve ser flexibilizada quando a inflação permitir.
"O BC vai flexibilizar a política monetária na medida que a inflação permitir, nem mais nem menos", afirmou em entrevista concedida para a GloboNews.
"Nós observamos um espaço para a flexibilização que tem a ver com essa melhora nas expectativas. Hoje, temos uma expectativa de inflação para 2018, 2019 e 2020 já na meta. Só que no ano de 2017 ainda temos uma expectativa de inflação um pouco acima da meta, em 5 por cento."
Para o ano que vem, o presidente do BC afirmou que a meta de inflação de 4,5% é desafiadora por causa da inércia, que dificulta que o processo de desinflação pelo qual o país está passando ocorra de forma mais acelerada.
Mas, acrescentou, é um "objetivo crível e possível".
"A desinflação está acontecendo. Poderia ser mais rápida a queda, mas aí teríamos que ter uma economia com menos indexação", afirmou. "Uma vez que a inflação sobe no Brasil para baixar é bem mais difícil."
Na ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada na manhã desta terça-feira, o BC destacou que há sinais recentes de pausa no processo desinflação de serviços, adotando um tom mais duro em relação ao processo de corte dos juros básicos --na última reunião, o Copom reduziu a Selic em 0,25 ponto porcentual, para 14 por cento ao ano. [
Após a sinalização do BC, as taxas dos contratos futuros de juros fecharam em alta nesta terça-feira, com uma chance majoritária de um novo corte de 0,25 ponto porcentual na reunião de novembro.