O presidente do Banco do Japão (BoJ), Haruhiko Kuroda: "A queda após o aumento de imposto em abril está dentro das expectativas e até agora os gastos das famílias estão sustentando o ímpeto" (REUTERS/Yuya Shino)
Da Redação
Publicado em 30 de abril de 2014 às 08h42.
Tóquio - O banco central do Japão projetou pela primeira vez nesta quarta-feira que a inflação vai superar 2 por cento em cerca de dois anos a partir de agora, destacando sua convicção de que um fim sustentável da deflação está no horizonte sem estímulo adicional.
O presidente do BC, Haruhiko Kuroda, manteve seu otimismo sobre a perspectiva, afirmando que não vê atrasos no cronograma para cumprir a meta de inflação.
Kuroda destacou que o impacto econômico de um aumento do imposto sobre vendas neste mês parece limitado até agora. Mas rapidamente acrescentou que o BC está pronto para expandir mais o estímulo se os riscos ameaçarem o cumprimento da meta de preços.
"A queda após o aumento de imposto em abril está dentro das expectativas e até agora os gastos das famílias estão sustentando o ímpeto", disse Kuroda em entrevista à imprensa após reunião do BC.
"Como um todo, estamos fazendo progresso estável. Mas ainda estamos a meio caminho de cumprir a meta, então vamos monitorar de perto a situação e fazer ajustes quando necessário", disse ele.
Como esperado, o BC manteve sua promessa de elevar a base monetária a um ritmo anual de 60 trilhões a 70 trilhões de ienes (587-685 bilhões de dólares).
Em novas projeções apresentadas em relatório, o BC afirmou que a inflação ao consumidor deve atingir 2 por cento por volta do próximo ano fiscal que começa em abril de 2015, e será sustentável de "maneira estável" conforme a recuperação econômica continue.
A projeção otimista pode reforçar as expectativas do mercado de que o BC manterá a política até julho ou mais, visão que se espalhou depois que Kuroda disse no mês passado que não vê necessidade imediata de expandir o estímulo por enquanto.
O BC japonês tem mantido sua política desde que lançou um forte estímulo em abril do ano passado, quando prometeu acelerar a inflação para 2 por cento em cerca de dois anos através de agressivas compras de ativos em um país que enfrenta a deflação há 15 anos.