Economia

BC deveria baixar o juro e deixar Selic em 5,5%, diz ex-diretor do BC

Para Sérgio Werlang, não é necessário esperar por aprovação da reforma da Previdência

Para o economista Sérgio Werlang, o cenário de inflação comporta a redução da Selic (//Getty Images)

Para o economista Sérgio Werlang, o cenário de inflação comporta a redução da Selic (//Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de maio de 2019 às 17h52.

Última atualização em 20 de maio de 2019 às 17h54.

Rio — Mesmo em seu menor patamar da história, a taxa básica de juros (Selic, hoje em 6,5% ao ano) não está oferecendo estímulos à economia e poderia ser baixada já pelo Banco Central (BC). A avaliação é do economista Sérgio Werlang, ex-diretor do Banco Central (BC) e assessor da Fundação Getulio Vargas (FGV). Werlang defendeu dois cortes de 0,50 ponto, levando a Selic a 5,5% ainda este ano.

Questionado, Werlang disse que não há necessidade de esperar o avanço da tramitação da proposta de emenda constitucional (PEC) de reforma da Previdência para fazer os cortes nos juros.

"Não precisa esperar. Hoje, os 6,5% estão acima do nível de equilíbrio", afirmou o ex-diretor do BC a jornalistas, após dar palestra em seminário promovido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) e pelo jornal Valor Econômico, no Rio.

Segundo Werlang, o fato de o nível atual da Selic estar acima da taxa de equilíbrio e, portanto, sem produzir estímulos na economia, é um movimento de curto prazo. Não significa, necessariamente, que a taxa de juro neutra tenha se reduzido estruturalmente.

Ainda assim, Werlang acha que o corte deve ser feito. Para o economista, o cenário de inflação comporta a redução. O risco principal para a dinâmica de preços é o comportamento do câmbio, mas a elevada ociosidade pode limitar os efeitos secundários de uma alta do dólar. Se, mais à frente, for necessário voltar a subir os juros, não há nenhum problema, pois "faz parte do sistema de metas" para a inflação, disse Werlang.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralGoverno Bolsonaro

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto