Dólar e real: estabilidade do câmbio é crucial para ajudar o BC a combater a inflação (Bruno Domingos/Reuters)
Da Redação
Publicado em 4 de junho de 2014 às 10h46.
São Paulo - O Banco Central deve prolongar a intervenção diária no mercado de câmbio para além de junho para evitar uma valorização abrupta da moeda norte-americana, mas pode diminuir o tamanho dos leilões de swaps cambias, segundo pesquisa da Reuters publicada nesta quarta-feira.
Além disso, as projeções para o dólar na pesquisa mensal de câmbio da Reuters com 31 estrategistas ficaram praticamente inalteradas, indicando alta gradual de 2,27 para 2,47 reais nos próximos 12 meses.
Nove dos 11 especialistas que responderam a uma pergunta extra disseram esperar que o BC continue oferecendo lotes diários de swaps cambiais após o final deste mês, quando o programa de intervenção está programado para terminar.
A estabilidade do câmbio é crucial para ajudar o BC a combater a inflação. A incerteza sobre o futuro do programa de intervenção fez o dólar subir 2,44 por cento nas três sessões anteriores.
"O programa de intervenção provavelmente vai ficar intacto", disse o economista da Maplecroft, Michael Henderson, na Inglaterra. "Com a perspectiva de novas altas do juro praticamente descartada por causa do PIB mais fraco e das eleições de outubro, a gestão do câmbio pode cumprir um papel fundamental na atuação do BC para evitar uma alta da inflação no curto prazo", acrescentou.
No fim do ano passado, BC já havia estendido seu programa de intervenções diárias via leilões de swaps cambiais --equivalente à venda futura de dólares-- para pelo menos até o fim deste mês, mas diminuiu o volume ofertado para até 4 mil papéis.
Dos nove economistas que afirmaram que o BC vai estender o programa, cinco disseram esperar que o banco reduza o volume de contratos oferecidos diariamente.
No mês passado, o presidente do BC, Alexandre Tombini, disse que houve uma certa redução na demanda por swaps.
A intervenção diária do BC começou em agosto de 2013 para combater a volatilidade provocada pela expectativa de redução de estímulo monetário nos Estados Unidos. Operadores dizem que o programa foi bem-sucedido em reduzir a instabilidade, mantendo o dólar entre 2,20 e 2,25 na maior parte dos últimos meses.
Sem a intervenção do BC, economistas dizem que o dólar provavelmente estaria mais alto por causa da deterioração das contas externas e da preocupação do mercado com um possível segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.