Economia

BC da China foca em inflação e promete reformas

Afirmações do presidente do Banco Central do país, Zhou Xiaochuan, reforçam visão do mercado de que órgão desistiu do conjunto de políticas pró-crescimento de 2012


	O presidente do BC chinês, Zhou Xiaochuan: "vamos estabilizar as expectativas de inflação através de políticas monetárias", disse em entrevista
 (Getty Images)

O presidente do BC chinês, Zhou Xiaochuan: "vamos estabilizar as expectativas de inflação através de políticas monetárias", disse em entrevista (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 13 de março de 2013 às 10h11.

Pequim - A China tem que estabilizar as expectativas de inflação, afirmou nesta quarta-feira o presidente do Banco Central do país, Zhou Xiaochuan, prometendo gerenciar de maneira vigilante os riscos de alta dos preços como prioridade da entidade ao mesmo tempo em que comprometeu-se com mais reformas do mercado de capital.

Em declarações que reforçam a visão do mercado de que o BC desistiu do conjunto de políticas pró-crescimento de 2012, o presidente Zhou Xiaochuan afirmou que a postura do banco passou de frouxa para neutra e que a política monetária é determinada agora de forma prudente para controlar o risco de alta dos preços.

"O banco central tem dado forte atenção aos números de inflação e vamos estabilizar as expectativas de inflação através de políticas monetárias", disse Zhou em entrevista à imprensa às margens da reunião anual do Parlamento da China.

"Os preços ao consumidor de fevereiro ficaram ligeiramente acima das expectativas, sugerindo que precisamos continuar vigilantes com a inflação", disse Zhou quando questionado sobre a alta nos preços ao consumidor para a máxima de 10 meses de 3,2 por cento em fevereiro na comparação anual.

Em comunicado nesta quarta-feira, o BC informou que a China implementará políticas monetárias prudentes e aumentará a flexibilidade, além de ter prometido aumentar o monitoramento de riscos financeiros sistêmicos e regionais.

O comunicado, divulgado antes da entrevista anual do BC chinês à imprensa que coincide com a reunião anual do Parlamento do país, reiterou essencialmente determinações básicas de política que já estão bem estabelecidas.


O presidente do BC prometeu manter o ímpeto de reformas nos mercados financeiros do país e na conta de capital, que continua rigorosamente controlada, e que irá responder à demanda do mercado de acesso mais livre ao muito controlado mercado de câmbio do iuan.

"O aumento da demanda pelo uso mais amplo do iuan em transações comerciais e investimento irão ajudar a impulsionar a reforma da conta de capital do iuan", disse Zhou.

Investidores esperam que a China torne sua moeda basicamente conversível até 2015, ou no máximo até 2020, e têm esperado que as autoridades monetárias façam isso de acordo com uma série de ações programadas. A nova abordagem acrescenta mais incerteza sobre a rota que Pequim pode tomar para tornar o câmbio completamente flexível.

"Nós sabemos que no geral esse é um processo muito complicado e nós iremos nos prender ao princípio de realizar a reforma de maneira gradual", disse Zhou na entrevista.

Políticas de afrouxamento

O vice-presidente do BC, Yi Gang, disse na mesma entrevista que o banco central está observando de perto qualquer impacto sobre a China recorrente das políticas de afrouxamento monetário feitas por grandes bancos centrais para ajudar a promover o crescimento em suas economias.

Bancos centrais dos Estados Unidos, zona do euro, Japão e Reino Unido têm adotado políticas econômicas heterodoxas, incluindo "quantitative easing", ou programa de compra de títulos, que enfraqueceu ou restringiu suas moedas como consequência e aumentou o risco, de acordo com alguns economistas, de uma guerra cambial.

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