Economia

BC britânico surpreende e deixa taxa de juros inalterada

O Banco da Inglaterra afirmou que deve adotar algum estímulo em três semanas, possivelmente como um "pacote de medidas"


	Brexit: o Banco da Inglaterra afirmou que deve adotar algum estímulo em três semanas
 (Luke MacGregor / Reuters)

Brexit: o Banco da Inglaterra afirmou que deve adotar algum estímulo em três semanas (Luke MacGregor / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 14 de julho de 2016 às 09h10.

Londres - O banco central britânico deixou inalterada a taxa de juros nesta quinta-feira, surpreendendo muitos investidores que esperavam o primeiro corte em mais de sete anos no momento em que a economia enfrenta as consequências da decisão do Reino Unido de sair da União Europeia.

O Banco da Inglaterra manteve a taxa básica de juros em 0,5 por cento e disse que deve adotar algum estímulo em três semanas, possivelmente como um "pacote de medidas" assim que avaliar como a decisão no referendo de 23 de junho afetou a economia.

"Na ausência de uma piora na escolha entre sustentar o crescimento e fazer a inflação voltar à meta em uma base sustentável, a maioria dos membros do Comitê espera que a política monetária seja afrouxada em agosto", disse o banco central na ata da reunião de julho, que terminou na quarta-feira.

"O tamanho exato e a natureza de qualquer medida de estímulo será determinado durante a projeção e Relatório de Inflação de agosto", completou.

A maioria dos economistas que participaram de uma pesquisa da Reuters esperava que o Banco da Inglaterra cortasse a taxa de juros para 0,25 por cento buscando proteger a economia do choque da decisão do Reino Unido de sair da União Europeia (UE).

A libra caiu mais de 13 por cento contra o dólar nos dias após o referendo e trilhões de dólares foram sugados dos mercados acionários globalmente.

Entretanto, a indicação mais rápida do que o esperado na quarta-feira de Theresa May como nova primeira-ministra britânica ajudou a acalmar o nervosismo nos mercados financeiros.

O presidente do Banco da Inglaterra, Mark Carney, deu um claro sinal há duas semanas de que algum estímulo estava a caminho, em uma tentativa de mostrar que a economia estava em segurança enquanto a liderança política do país desmoronava após o referendo.

Mas Carney também sugeriu que não é a favor de um forte corte nos custos de empréstimo por causa do possível impacto sobre os bancos com sede no Reino Unido, e disse que não quer seguir o exemplo do Banco Central Europeu (BCE) e do banco central japonês cortando os juros para território negativo.

Na ata publicada nesta quinta-feira, o Banco da Inglaterra disse que a composição de qualquer medida adicional de estímulo "levará em conta qualquer interação com o sistema financeiro".

Também explicou que a extensão de qualquer medida de estímulo terá como base suas projeções atualizadas.

O Comitê de Política Monetária elevou sua expectativa para o crescimento econômico no período entre abril e junho para 0,5 por cento, contra 0,3 por cento anteriormente.

Mas afirmou que o crescimento deve enfraquecer no curto prazo como resultado do referendo e cortou suas projeções para investimento no setor imobiliário de forma significativa, reduzindo também suas expectativas para os preços imobiliários no curto prazo.

Texto atualizado às 9h10

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