Economia

BC britânico fica dividido sobre orientação futura e ativos

Notícia deve reforçar as dúvidas do mercado de que o BC britânico manterá as taxas baixas por um período de tempo de 3 anos

Banco da Inglaterra: banco central pode avaliar elevar a taxa de juros se julgar que a inflação em 18 a 24 meses deve alcançar 2,5% (Bloomberg)

Banco da Inglaterra: banco central pode avaliar elevar a taxa de juros se julgar que a inflação em 18 a 24 meses deve alcançar 2,5% (Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de agosto de 2013 às 10h36.

Londres - As autoridades do Banco da Inglaterra, banco central britânico, mostraram-se inesperadamente divididas quanto ao compromisso de longo prazo do novo presidente do banco, Mark Carney, de manter as taxas de juros baixa, mostrou a ata da reunião de agosto nesta quarta-feira.

Martin Weale votou contra a política de Carney, por temer que ela poderia elevar as expectativas de inflação de médio prazo.

A notícia deve reforçar as dúvidas do mercado de que o BC britânico manterá as taxas baixas por um período de tempo de três anos que inicialmente parecia provável quando Carney anunciou a orientação futura na semana passada.

Indicando a escala da divisão dentro do comitê, outras autoridades disseram ver uma situação "atrativa" para reiniciar as compras de títulos, mas preferiam esperar até que pudessem avaliar o impacto da orientação futura.

Na semana passada, o BC britânico juntou-se a outros bancos centrais com o compromisso de manter as taxas de juros baixas por um período prolongado - e no caso do Banco da Inglaterra, até que o nível de desemprego caia para 7 por cento, sujeito a diversas condições.

Uma delas é de que o banco central pode avaliar elevar a taxa de juros se julgar que a inflação em 18 a 24 meses deve alcançar 2,5 por cento - um cronograma que Weale acredita ser longo demais.

"(Weale) viu uma necessidade particularmente atrativa de fazer mais para administrar o risco de que a orientação futura pode levar para um aumento nas expectativas de inflação de médio prazo, ao estabelecer um horizonte de tempo ainda mais curto", informou a ata.

A ata de agosto mostrou que alguns membros não identificados do comitê ainda pensam que há um grande motivo para mais compras de ativos, mas eles não votarão a favor disso até que a reação do mercado à orientação futura seja clara.

O comitê de nove membros votou de maneira unânime a favor de manter a taxa de juros do BC em 0,5 por cento e de deixar as compras totais de ativos em 375 bilhões de libras.

Parte da meta da orientação futura é reduzir os custos de empréstimo de curto prazo do mercado na economia britânica.

Acompanhe tudo sobre:InglaterraJurosPaíses ricosTaxas

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto