Economia

BC: Balanço de riscos para inflação mostra sinais favoráveis

Segundo o diretor de Política Econômica do banco, Carlos Hamilton Araújo, a melhora ocorre apesar de as projeções para a inflação terem subido

Em relatório, o Banco Central No relatório, o BC avalia que a perspectiva de aumento dos salários dos trabalhadores representa um risco na dinâmica dos preços (Ana Maria)

Em relatório, o Banco Central No relatório, o BC avalia que a perspectiva de aumento dos salários dos trabalhadores representa um risco na dinâmica dos preços (Ana Maria)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de junho de 2011 às 12h37.

Brasília - O balanço de riscos para a inflação mostra sinais mais favoráveis, avaliou hoje (29) o diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Carlos Hamilton Araújo. Segundo ele, essa melhora ocorre apesar de as projeções para a inflação terem subido. A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) aumentou 0,2 ponto percentual, para 5,8%, de acordo com o Relatório Trimestral de Inflação, divulgado hoje. A projeção para 2012 passou de 4,6%, no relatório anterior (divulgado em março), para 4,8%.
“Quando o balanço de risco está favorável, existe probabilidade maior de as projeções de inflação melhorarem do que piorarem”, explicou o diretor.

No cenário interno, o diretor destacou que o mercado de trabalho no Brasil está aquecido. “As taxas de desemprego se encontram em patamares baixos e os ganhos salariais são elevados”.

No relatório, o BC avalia como “um risco muito importante para a dinâmica dos preços ao consumidor” a perspectiva de aumento dos salários dos trabalhadores. Para o Banco Central, em ambiente de demanda por produtos e serviços aquecida, aumentos de salários tendem a ser repassados aos preços ao consumidor.

Sobre o cenário internacional, o diretor destacou que “há incertezas quando ao ritmo de recuperação da economia global”. “No cenário internacional, a única certeza é a de que há muita incerteza”, disse o diretor.

Ele destacou ainda que “os mercados financeiros têm se mostrado voláteis”. “A aversão a risco tem crescido. Isso repercute nos preços no Brasil. Hoje houve a aprovação pelo Parlamento grego do pacote proposto pelo governo. Sem dúvida, a aprovação do pacote foi um desenvolvimento positivo, mas existem outros problemas que vão emergir ao longo dos próximos meses”.

Hoje, o Parlamento da Grécia aprovou o pacote de medidas de austeridade propostas pelo governo, como contrapartida exigida pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pela União Europeia (UE) para liberar a última parcela de um empréstimo de 110 bilhões de euros ao país.

Essa parcela é de de 12 bilhões de euros (R$ 27 bilhões). A Grécia vive uma grave crise devido à pública. Segundo informações da BBC Brasil, as medidas de austeridade, mesmo aprovadas, podem voltar a ser contestadas nesta quinta-feira (30), quando os parlamentares discutirão outra lei que detalha como o pacote será implementado.

Sobre os preços das commodities [produtos básicos com cotação internacional], o diretor disse que ainda persistem incertezas, embora haja sinais de moderação nos preços. “Há preocupação com a crise no Oriente Médio, ainda não foi resolvida.”

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralConsumoInflaçãoMercado financeiro

Mais de Economia

IPCA-15 de fevereiro acelera e vai a 1,23%; prévia da inflação acumulada de 12 meses sobe para 4,96%

MP do crédito consignado para trabalhadores do setor privado será editada após o carnaval

Com sinais de avanço no impasse sobre as emendas, Congresso prevê votar orçamento até 17 de março

Ministro do Trabalho diz que Brasil abriu mais de 100 mil vagas de emprego em janeiro